Geraldo Alckmin fala sobre o arcabouço fiscal: ‘A medida é inteligente’

Vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio foi o entrevistado do Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, e falou sobre reforma tributária, juros e programa de carro mais barato

Da Redação

O ministro da Indústria e Comércio e vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, foi o entrevistado do Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, desta segunda-feira (3). Ele falou do arcabouço fiscal, reforma tributária, programa do carro mais barato e taxa básica de juros. 

Para o vice-presidente, a medida do arcabouço fiscal é inteligente já que existem regras para serem cumpridas para não piorar o quadro econômico do país. “O presidente Lula tem compromisso com a questão fiscal, já fez isso na outra gestão. A economia precisa andar. O Produto Interno Bruto precisa crescer reduzindo o custo Brasil, acordos internacionais, renda e emprego”, declarou. 

Geraldo Alckmin reforçou que o dólar está a R$ 4,80, houve queda na inflação, salário mínimo com ganho real, aumento na isenção do Imposto de Renda, com isso, para ele, o “PIB vai crescer mais”. 

“Os indicadores melhoraram. As reformas darão sustentação. As grandes empresas do governo já foram privatizadas. O que vai ter muito é PPP e concessão. O Brasil precisa reduzir custos trazendo investimento privado para ampliar a infraestrutura. Precisamos gerar empregos”, pontuou.

Reforma tributária 

Um dos assuntos abordados pelo vice-presidente foi a reforma tributária, que assim como o arcabouço fiscal, deve ser votada na Câmara nesta semana. Para ele, a discussão que existe é sobre a origem e destino dos impostos. 

“No Brasil o imposto é pago na origem. São Paulo fabrica mais do que consome. São Paulo paga mais. Isso elimina a guerra fiscal. O investimento não vai ser feito por artifício tributário. O caminho é o diálogo. Vamos ouvir todo mundo”, reforçou o vice-presidente em entrevista à Rádio Bandeirantes. 

Geraldo Alckmin disse à Band que o objetivo com a reforma tributária é reduzir o custo Brasil, simplificar o sistema, “trocar cinco tributos sobre consumo por um”. “Vamos desonerar investimentos, atrair investimento. Há um estudo que mostra que em 15 anos pode ter um crescimento do PIB. Essa é uma reforma que traz eficiência econômica”, contou. 

“O imposto já foi pago na origem. Como resolver a questão setorial? Alguns setores de Serviços podem ter alíquotas menores, esse é o diálogo. Objetivo da reforma é importante é necessário”, acrescentou Alckmin. 

Carro mais barato 

“O que existe é que a indústria automobilística pode produzir 4,5 milhões de carros por ano. Hoje, 50% da produção está ociosa. Nós chegamos a vender 3,8 milhões de veículos em um ano e no ano passado vendeu 2,1 milhões, caiu praticamente pela metade. A população perdeu renda”, destacou o vice-presidente. 

Alckmin pontuou que, atualmente, 70% de quem compra veículo, faz o pagamento à vista “porque os juros são absurdos”. “A medida é transitória, emergencial, que nós temos confiança de que os juros vão cair e com juros caindo as vendas voltam”, reforçou. 

“A adesão (das montadoras) foi enorme. O dinheiro acabou em quatro semanas. Segue a redução de impostos até o limite oferecido pelo governo. Um dos grandes objetivos foi atingido com a renovação da frota de caminhões e ônibus. Estamos dando um estímulo para renovação da frota”, acrescentou o ministro. 

Banco Central

O vice-presidente afirmou em entrevista ao Jornal Gente que “ninguém questiona a autonomia do Banco Central” e que a discussão é normal. “O que estranhamos é que em 2020 a inflação era maior e a Selic era de 2%. Hoje a inflação é menos de 4% e a Selic é 13,75%. Às vezes é preciso aumentar a Selic. Mas estamos há quase um ano com mais de 13%. Os juros futuros já estão em queda. Nós confiamos que vai cair. A crítica não é pessoal”, apontou. 

“Lula salvou a democracia brasileira”

“Queria dizer que o presidente Lula salvou a democracia brasileira. Eu não tenho dúvida de que a democracia corria risco sério, basta ver o 8 de janeiro. A outra, em relação à Venezuela, o que o presidente Lula tem colocado é que não devemos entrar em problemas internos de outros países, nós devemos respeitar a autonomia e a vida de cada país. Com a Venezuela devemos valorizar as questões comerciais até para cobrar o que eles nos deve”, afirmou Alckmin. 

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