O general indicado para comandar a Petrobras afirmou, em entrevista exclusiva à Rádio Bandeirantes, não ter recebido "recomendação de interferência na política de preços". Joaquim Silva e Luna ressaltou que o valor dos combustíveis hoje é definido, sobretudo, pela cotação do petróleo no mercado internacional e do dólar no Brasil.
Além disso, segundo o general, as decisões sobre reajustes são tomadas pela diretoria-executiva, e não dependem apenas do presidente da estatal.
“O presidente não fez qualquer recomendação para mim com relação a preço, a interferência em política de preço. Até porque, pelo pouco que eu conheço ainda da atividade interna da Petrobras, política de preço é competência da diretoria-executiva, ou seja, é uma vontade coletiva”, disse.
Na entrevista ao Jornal Gente, Silva e Luna procurou ser prudente com as palavras, uma vez que a indicação precisa do aval do Conselho de Administração da Petrobras.
Ainda com relação aos preços, o general disse ter percebido que o presidente Jair Bolsonaro espera que eles sejam mais previsíveis para o consumidor.
“O momento é sensível, é sensível até com relação à ponta da linha, onde está o caminhoneiro, quem usa o gás. O que está impactando mais é o valor do barril de petróleo no mundo e o próprio valor do câmbio, que já está alto há algum tempo. A preocupação do presidente é legítima, né. Acho que é de todos nós. Eu diria que ela está em dois aspectos, pelo que eu percebi: previsibilidade dos preços e o preço do combustível propriamente dito”.
A Petrobras tem 52 mil empregados e chega a pagar salários de mais de R$ 100 mil - três vezes o que ganha o presidente da República.
Um relatório da Secretaria de Desestatização do Ministério da Economia indica que só em auxílios são acrescidos quase R$ 3 mil aos vencimentos.
Tem ajuda para o pagamento babá, creche e até cuidador - custos que acabam chegando ao preço de produtos e serviços de qualquer empresa, afirma Silva e Luna.
Biografia
O general da reserva nasceu na cidade de Barreiras, em Pernambuco, e tem 71 anos. A formação acadêmica inclui pós-graduação em Projetos e Análise de Sistemas pela Universidade de Brasília, mestrado em Operações Militares, e doutorado em Ciências Militares.
Antes da indicação para a Petrobras, Silva e Luna comandou durante 2 anos a parte brasileira da Usina Hidrelétrica de Itaipu.