O general Augusto Heleno disse que vísceras humanas foram recolhidas durante as buscas ao indigenista Bruno Araújo e ao jornalista Dom Phillips. Em entrevista exclusiva à Rádio Bandeirantes, nesta terça-feira (14) o ministro do Gabinete de Segurança Institucional confirmou que até agora não foram encontrados corpos. As buscas entram no 10º dia hoje.

Segundo ele, o material achado pelas equipes de resgate na Amazônia está sendo periciado pela Polícia Federal. “O que se tem notícia até agora é que se encontraram algumas vísceras de seres humanos. Estão sendo devidamente examinadas pela Polícia Federal. Está sendo feito uma perícia. Tomara que não sejam as vísceras deles, mas pode acontecer. Não acharam corpos, acharam vísceras que podem ser deles ou não”, disse. 

De acordo com o general, centenas de homens das Forças Armadas participam das buscas, com o apoio de helicópteros e embarcações. Ele ressaltou que a área em que os dois desapareceram, além de apresentar grandes dificuldades naturais, concentra atividades criminosas.

Falando ao Jornal Gente, Augusto Heleno rebateu as críticas à postura do governo. “Parece que eles se perderam na Avenida Rio Branco ou se perderam na Avenida Faria Lima. Não, eles se perderam na selva Amazônia. Aconteceu um acidente na selva Amazônia, o que não é difícil de acontecer. O avião que cai custa-se para achar o avião, quanto mais o tripulante e os passageiros. Isso tem que ficar claro, essa condição de culpar o governo. Não é assim. Tem que ter muito critério para fazer essa acusação”, afirmou. 

Para o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, o "povoamento com critério" está entre as soluções para ao combate a atividades criminosas na Amazônia. 

“Nós temos que povoar a Amazônia, povoar com critério, povoar com apego a área. Por exemplo o Acre foi povoado, própria Rondônia foi povoada. O que é preciso é nós termos e têm atrativos na Amazônia que possam atrair gente. Que possam saber bastante de desenvolvimento sustentável porque não adianta desenvolvimento na Amazônia sem critério, destruindo as coisas, não, é mantendo as coisas que existem, fazendo desenvolvimento sustentável e aproveitando a imensa riqueza natural da Amazônia”, disse.  

Ainda na entrevista à Rádio Bandeirantes, o general classificou como "desmedida" a criação de uma comissão no Senado para investigar o desaparecimento. Na avaliação de Augusto Heleno, os parlamentares estão tentando tirar proveito de uma "oportunidade política de aparecer".