O novo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Marcos Antônio Amaro, em entrevista exclusiva ao BandNews TV, chamou de equivocada a interpretação de que as Forças Armadas são um poder moderador. Segundo o militar da reserva, essa alegação não existe no sistema republicano.
“Não existe poder moderador num sistema republicano. Existia no tempo do Império. Isso não existe no sistema republicano. Acho que essa interpretação é um equívoco de poucos, na realidade, em torno do artigo 142 da Constituição federal”, disse o ministro nesta segunda-feira (8).
A declaração do general Amaro é um aceno à fala do comandante da Marinha, o almirante Marcos Sampaio, em entrevista ao Jornal O Globo. Na ocasião, o militar afirmou que cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF) a interpretação da Constituição Federal.
Politização no GSI
A entrevista também abordou a politização no GSI, órgão responsável pela segurança do presidente e vice-presidente da República. A pasta está imersa numa polêmica envolvendo os ataques de 8 de janeiro, pois o então chefe do ministério, o general Gonçalves Dias, foi filmado em meio aos invasores no Palácio do Planalto.
Além disso, o Planalto entendeu que o GSI chegou a ser contaminado pelo bolsonarismo, tanto que dezenas de militares que prestavam serviços à pasta foram exonerados. Durante a invasão, o major Eduardo Natale, lotado no gabinete, chegou a dar água para os manifestantes.
Quanto à suposta desconfiança do governo contra o GSI, Amaro disse que isso será ultrapassado e que providências serão tomadas para desfazer possíveis politizações na pasta.
Eu não vejo que persiste qualquer tipo de politização, aqui dentro do Gabinete de Segurança Institucional. Se isso for percebido, futuramente, tomaremos as providências para que isso possa ser desfeito
A posse de Amaro
O general foi empossado ministro do GSI pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na última quinta-feira (4), em cerimônia fechada e sem discurso. Apenas vídeos e fotografias foram divulgados.
Até a posse do general, o GSI, interinamente, estava nas mãos do secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli.
Quem é o novo chefe do GSI
O general Marcos Antônio Amaro dos Santos foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2020, para comandar o Estado-Maior do Exército. Em 2015, assumiu a chamada “Casa Militar”, algo semelhante ao GSI, sem status de ministério e subordinado à Secretaria de Governo.
A vida militar começou em 1974, quando ingressou na Escola Preparatória de Cadetes do Exército. O curso foi concluído dois anos depois. Em 1977, entrou para a Academia Militar das Agulhas Negras.
No campo acadêmico, cursou MBA em Excelência gerencial com ênfase em Gestão pública (Fundação Armando Álvares Penteado) e MBA em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).