‘Gaza é o inferno na terra’, diz ONU após ataque de Israel contra Rafah

Ataques aéreos de Israel na cidade de Rafah deixaram ao menos 45 pessoas mortas e vários feridos

Da Redação

‘Gaza é o inferno na terra’, diz ONU após ataque de Israel contra Rafah
Palestinos procuram comida em escombros após ataque de Israel em Rafah
REUTERS/Mohammed Salem

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) declarou nesta segunda-feira (27) que as imagens dos bombardeios israelenses contra Rafah, no sul da Faixa de Gaza, é uma prova de que o enclave é o “inferno na terra”. 

Ataques aéreos de Israel na cidade de Rafah deixaram ao menos 45 pessoas mortas e dezenas de feridos. Os bombardeios atingiram tendas de ajuda humanitária que abrigavam pessoas deslocadas. 

"As informações provenientes de Rafah sobre novos ataques a famílias que procuram abrigo são horríveis. Há relatos de baixas (mortes e feridos) em massa, incluindo crianças e mulheres entre os mortos. Gaza é o inferno na terra. As imagens da noite passada são mais uma prova disso", declarou a agência em publicação na plataforma X, antigo Twitter. 

Segundo a UNRWA, a agência não tem uma linha de comunicação com funcionários no local e não podem confirmam a localização. “Estamos extremamente preocupados com todas as pessoas deslocadas que se abrigam nesta área. Nenhum lugar é seguro. Ninguém está seguro”, completou. 

Reação de líderes internacionais 

O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou estar “indignado” com os ataques de Israel a Rafah e apelou por um cessar-fogo imediato na região. 

“Indignada com os ataques israelenses que mataram muitas pessoas deslocadas em Rafah. Essas operações devem parar. Não existem áreas seguras em Rafah para civis palestinos. Apelo ao pleno respeito pelo direito internacional e a um cessar-fogo imediato”, escreveu o presidente francês. 

Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, declarou que está horrorizado com as notícias sobre os ataques em Rafah e reforçou que “não há lugar seguro em Gaza”.

“Estes ataques devem parar imediatamente. As ordens da Corte Internacional de Justiça e o direito internacional humanitário devem ser respeitados por todas as partes”, pontuou. 

Ataque de Israel em Rafah 

Segundo a agência de notícias Reuters, os militares israelenses afirmaram que a força aérea atacou um complexo do Hamas em Rafah e que o ataque foi realizado com "munições precisas e com base em informações precisas". Dois líderes do grupo terrorista foram mortos na ofensiva. 

“As Forças de Israel têm conhecimento de relatórios que indicam que, como resultado do ataque e do incêndio desencadeado”, escreveu as forças israelenses, que declarou estar analisando o incidente. 

Os bombardeios de Israel aconteceram no bairro de Tel Al-Sultan, no oeste de Rafah, onde milhares de pessoas deslocadas se abrigavam após fugirem de outras regiões da Faixa de Gaza. 

Mais cedo no domingo, os militares israelenses disseram que oito projéteis foram identificados cruzando a área de Rafah contra Tel Aviv, não houve, até o momento, relatos de vítimas.

Decisão do Tribunal da ONU

Segundo a decisão, Israel deve Interromper imediatamente a ofensiva militar e qualquer outra ação no Rafah, que pode causar aos civis de Gaza condições de vida que podem provocar a destruição física, no todo ou em parte.

O tribunal também ordenou que Israel abra a passagem de Rafah para permitir a entrada de ajuda humanitária no território palestino, e que o país deve fornecer acesso ao enclave aos investigadores e reportar o progresso no prazo de um mês.

Rafah é alvo das forças israelenses desde 6 de maio. A cidade na fronteira com o Egito era o único ponto que não havia sido adentrado por tropas terrestres em sete meses de conflito, e abrigava mais da metade dos 2,4 milhões de moradores de Gaza. Israel alega que Rafah é o último bastião do grupo radical islâmico Hamas.
 

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