A Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari) afirmou nesta terça-feira (19) que dois homens armados foram à Base de Proteção Etnoambiental da Funai (Fundação Nacional do Índio), no Rio Jandiatuba, no Vale do Javari, no Amazonas, para intimidar funcionários.
“Os homens armados perguntaram quantos funcionários (dentre eles, indígenas do povo Matis) estavam trabalhando naquela Base, com clara intenção de assediar os servidores”, diz a Univaja em nota.
O caso teria ocorrido no sábado (15). A base do Ro Jandiatuba fica em uma região próxima ao local onde o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dominic Phillips foram assassinados, em junho.
A Terra Indígena Vale do Javari abriga a maior quantidade de informações e referências confirmadas de indígenas isolados.
No início do mês, o atendimento ao público foi suspenso na sede da Funai, em Atalaia do Norte, município onde fica parte do território do Vale do Javari. A medida foi adotada depois que dois homens de nacionalidade colombiana foram à unidade para procurar por um funcionário, em tom intimidador.
“Mesmo com a repercussão nacional e internacional do assassinato de Bruno e Dom, mesmo após as reuniões junto a diferentes instâncias (Ministério Público Federal, Supremo Tribunal Federal, Câmara dos Deputados e Senado Federal), as autoridades brasileiras ainda não se conscientizaram de que os infratores continuam invadindo a Terra Indígena Vale do Javari. Agora, de maneira mais intensa, intimidando diretamente os servidores da FUNAI e as lideranças indígenas”, diz a Univaja.
A Univaja conclui a nota pedindo a criação de um Plano Emergencial de Proteção para o Vale do Javari e reforço imediato na segurança, com “atuação conjunta da Polícia Federal, do Exército e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) por, no mínimo, 06 meses com a FUNAI nas Bases de Proteção Etnoambiental (BAPEs) localizadas nos rios Ituí, Curuçá, Quixito e Jandiatuba”.