Garcia se despede e PSDB deixa o governo de SP após 28 anos: 'Fiz o meu melhor'

Governador vai passar o cargo neste domingo (1º) para Tarcísio de Freitas (Republicanos). PSDB governava o estado desde janeiro de 1995

Da redação

Rodrigo Garcia postou foto se despedindo do governo de SP Reprodução/Twitter/Rodrigo Garcia
Rodrigo Garcia postou foto se despedindo do governo de SP
Reprodução/Twitter/Rodrigo Garcia

O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), postou uma mensagem de despedida do cargo na tarde deste sábado (31). Neste domingo (1º), o governador eleito Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) será empossado. Com a saída de Garcia, o PSDB deixa de governar São Paulo após 28 anos.

“Hoje, encerro minha missão como governador de São Paulo. Gratidão a Deus e à população pela oportunidade e confiança", escreveu Garcia. "Amor e dedicação nunca me faltaram nesses 24 anos de mandatos eletivos. Saio honrado por ser governador de um Estado-Nação que acolhe a todos.”

“Deixo o Governo com a certeza de que fiz meu melhor. Os paulistas sempre poderão contar comigo. Feliz Ano Novo a todos.”

Garcia assumiu o governo em 31 de março depois que o então governador João Doria (PSDB) renunciou ao cargo para disputar a presidência (ele acabou desistindo meses depois). 

Garcia tentou a reeleição e se apresentou na campanha eleitoral como uma alternativa contra a polarização política entre o bolsonarismo do ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o lulismo de Fernando Haddad (PT). Apesar de crescer nas pesquisas eleitorais, o atual governador não conseguiu votos suficientes para chegar ao segundo turno.

Na campanha de segundo turno nas eleições para governador, Garcia declarou apoio a Tarcísio de Freitas e ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

Fim da era PSDB

A saída de Garcia representa o fim da era do PSDB no governo de São Paulo. O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) foi fundado em 1988 e registrado definitivamente em 1989, surgiu a partir de uma cisão do PMDB que mesclava a social democracia, a democracia cristã e o liberalismo econômico e social. Entre os seus fundadores estavam Franco Montoro, ex-governador de São Paulo; Fernando Henrique Cardoso, que mais tarde se tornaria presidente; Mário Covas e José Serra, que seriam governadores pelo partido.

Na primeira eleição que o PSDB participou, em 1990, Covas ficou em terceiro lugar e não foi para o segundo turno. Quem ganhou foi Luiz Antonio Fleury Filho (PMDB), derrotando Paulo Maluf (PDS).

Covas concorreu novamente em 1994 e foi eleito governador superando Francisco Rossi (PDT) e dando início à hegemonia do PSDB em São Paulo. Quatro anos depois, Covas derrotou Maluf no segundo turno e foi reeleito governador.

Com problemas de saúde, Covas não conseguiu completar o segundo mandato. Morreu em março de 2001 e seu vice, Geraldo Alckmin, assumiu o governo do estado.

Alckmin venceu as eleições de 2002 derrotando o petista José Genoíno no segundo turno. 

Em 2006, vitória do PSDB no primeiro turno, com a eleição de José Serra. Em 2010, Serra concorreu à Presidência e Alckmin disputou a corrida pelo governo do estado. Alckmin foi eleito no primeiro turno. 

Em 2014, Alckmin foi reeleito com mais uma vitória no primeiro turno. O PSDB era imbatível nas eleições paulistas. 

Quatro anos depois, em 2018, o PSDB venceu novamente, mas sem tanta diferença de anos anteriores. João Doria, ex-prefeito de São Paulo, derrotou no segundo turno Márcio França por 51,75% a 48,25% dos votos válidos.

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