O candidato da esquerda Gabriel Boric foi eleito presidente do Chile neste domingo (19) e será o presidente do país nos próximos quatro anos. Após uma campanha acirrada contra o candidato da extrema-direita José Antonio Kast, o ex-líder estudantil foi eleito no segundo turno das eleições.
Com 50,01% das urnas apuradas, Kast reconheceu a vitória de Boric. "A partir de hoje, Boric é o presidente eleito do Chile e merece todo o nosso respeito e colaboração construtiva. Chile é sempre o primeiro", escreveu o candidato derrotado.
Com 96,75% das urnas apuradas Boric tinha 55,81% dos votos, enquanto Kast tinha 44,19%. O voto no Chile não é obrigatório --ainda assim, foi a mais alta desde a volta da democracia (1990), com mais de 50% dos eleitores comparecendo às urnas. Boric foi ainda o presidente mais votado da história chilena.
Segundo o correspondente do BandNews TV, Rafael Carneiro, o dia de votação no Chile foi de muito calor, movimento das ruas e intensos engarrafamentos, que se tornaram obstáculos para os eleitores que foram votar na região metropolitana de Santiago, capital chilena.
Nas regiões rurais, houve registros de dificuldades para acessar o transporte público.
Kast, ultraconservador que se diz admirador do ditador Augusto Pinochet e votou pela continuidade da ditadura chilena em 1988, venceu no primeiro turno com 27,91% dos votos. Mais cedo, ele afirmou que a eleição seria decidida por tribunais eleitorais caso a diferença entre Boric e ele fosse muito estreita.
Boric teve o apoio da ex-presidente Michele Bachelet. Ele disputou a presidência com a idade mínima exigida e vai suceder o conservador Sebastián Piñera em 11 de março de 2022.
Com 35 anos, Gabriel Boric é o mais jovem político a ser eleito presidente no Chile. Formado em Direito na Universidade do Chile, é agnóstico, solteiro e sem filhos.
O presidente eleito representa a coalizão Aprovo Dignidade, que reúne a Frente Ampla, da qual Boric faz parte, e o Partido Comunista. Deputado em seu segundo mandato, foi presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile.
O presidente eleito foi um dos rostos mais relevantes nas manifestações dos jovens chilenos em defesa da educação e por uma nova constituição.