As cerimônias funerárias da rainha Elizabeth II, que morreu no último dia 8, aos 96 anos, se estendem pelo Reino Unido até segunda (19), dia do funeral. Passou pela Escócia, seguindo para o castelo de Westminster, na Inglaterra, em uma coreografia fielmente ensaiada por sua guarda real para promover o máximo de segurança e respeito na despedida final da monarca.
Um dos fatores que mais chamaram atenção da imprensa britânica foi o caixão da rainha, sempre levado com muito esforço pelos soldados. O ataúde que abriga o corpo de Elizabeth II foi feito sob medida com carvalho inglês e inteiramente forrado de chumbo - a princesa Diana e o Príncipe Philip também foram sepultados em caixões de chumbo.
Segundo o jornal britânico "The Times”, o caixão pode pesar de 250 quilos pela escolha dos materiais, sendo o mesmo usados em outros sepultamentos da realeza. A peça foi fabricada há mais de 30 anos. À época, métodos de preservação do corpo, como o que utiliza formaldeído (formol) ainda não eram conhecidos — a utilidade preservativa da substância só foi descoberta em 1869.
O chumbo, isolado com solda, permite que o bloqueio completo da entrada de ar e bactéricas. Com o fechamento hermético, a decomposição do corpo desacelera com o impedimento da movimentação de partículas, mantendo o corpo íntegro durante todo o longo funeral, previsto para encerrar dez dias após o óbito.
Como será o funeral
Um esquema de segurança nunca visto no Reino Unido está sendo preparado para o funeral da rainha Elizabeth II, marcado para a próxima segunda-feira, na abadia de Westminster. O desafio é garantir a segurança de presidentes, primeiros ministros, reis e rainhas de todo o mundo.
Autoridades britânicas consideram que essa será a maior operação policial da história do Reino Unido. O esquema de segurança inclui reforços em pontos estratégicos de Londres. Centenas de líderes mundiais já confirmaram presença na cerimônia. Entre eles, os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e dos Estados Unidos, Joe Biden.
Até o imperador japonês Naruhito deve estar presente, no que será sua primeira viagem ao exterior desde que assumiu o trono em 2019. Em meio aos cuidados com a segurança, um detalhe chama a atenção. Os líderes mundiais foram informados que não poderão usar seus próprios carros. Em vez disso, serão levados juntos de ônibus ao velório da rainha.
A preocupação é maior em relação a outros funerais, como o da rainha mãe em 2002 e o da princesa Diana em 1997, já que cidades inglesas foram alvo de ataques terroristas na última década. O serviço secreto britânico está mantendo contato com agentes de outros países para trocar informações. Além das autoridades, a expectativa é de que mais de um milhão de admiradores participem da cerimônia.