Fundador do WikiLeaks, Julian Assange deixa a prisão após acordo no Reino Unido

Ativista saiu da prisão onde estava há cinco anos, acusado de vazar 700 mil documentos confidenciais dos Estados Unidos

Da redação

Fundador do WikiLeaks, Julian Assange deixa a prisão após acordo no Reino Unido
Julian Assange, ao sair da prisão
REUTERS/Hannah McKay/File Photo

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, foi solto e deixou a prisão no Reino Unido nesta segunda-feira (24). O ativista chegou a um acordo com a Justiça dos Estados Unidos para se declarar culpado por espionagem, mas já cumpriu o tempo da pena no Reino Unido. 

Ao se declarar culpado e passar por audiência, Assange agora está livre e já está retornando para a Austrália, país que é cidadão. 

Em nota, o WikiLeaks informou que o acordo não foi formalmente finalizado, mas já gerou a libertação de Assange. “Depois de mais de cinco anos numa cela de 2x3 metros, isolado 23 horas por dia, ele em breve se reunirá com sua esposa Stella Assange e seus filhos, que só conheceram o pai atrás das grades”, diz a nota. 

A esposa de Assange, Stella, publicou um comunicado agradecendo o apoio e o movimento pedindo a libertação do fundador do site. 

Carreira de Julian Assange no WikiLeaks

Em 2006, Assange fundou o WikiLeaks, um site dedicado à publicação de documentos vazados e informações governamentais confidenciais. 

Um dos episódios marcantes do site ocorreu em 2010, quando foram publicados quase meio milhão de documentos do Exército dos Estados Unidos.

Vazadas pela analista de inteligência Chelsea Manning, a maioria das informações eram sobre as ofensivas militares norte-americanas no Iraque e no Afeganistão.  

Embora grande parte dos documentos já fossem de domínio público, o presidente dos EUA à época, Barack Obama, criticou os vazamentos como uma ameaça à segurança nacional.

Em novembro de 2010, o WikiLeaks publicou informações confidenciais do governo estadunidense, o que gerou reações negativas de vários países. Após o episódio, políticos dos Estados Unidos pediram que Assange fosse perseguido como terrorista.  

O ativista também foi processado na Suécia, por acusações de agressão sexual. Foi o segundo mandado de prisão emitido para Assange por esse tipo de crime -  o primeiro mandado foi indeferido em agosto de 2010 por falta de provas.  

Em dezembro do mesmo ano, Assange foi preso em Londres, onde aguardava possível extradição para Suécia. No ano seguinte, a Justiça britânica decidiu que o caso era de importância pública e recomendou que fosse recebido na Suprema Corte.

Em 2012, o mais alto tribunal do Reino Unido recusou o pedido de extradição e o ativista procurou asilo político na embaixada do Equador em Londres.

A justificativa do fundador do WikiLeaks para a requisição de abrigo foi que ser enviado pela Suécia poderia resultar em processo criminal dos Estados Unidos, por ações relacionadas ao site. Assange argumentou que o julgamento seria teria motivos políticos e poderia culminar em pena de morte.

Em 2017, a Suécia suspendeu a última investigação de crime sexual relacionada ao ativista. Dois anos mais tarde, o Equador revogou o asilo político, alegando violações do direito internacional e dos termos do abrigo na embaixada por Assange.  

Depois de obter um acordo por escrito do governo britânico de que ele não seria extradita para um país onde pudesse enfrentar tortura, o presidente equatoriano, Lenín Moreno, permitiu que a polícia britânica entrasse na embaixada e prendesse Assange. Confira o momento da prisão abaixo.

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