
O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), morreu nesta quarta-feira (26), aos 77 anos. A informação foi confirmada pela prefeitura da capital mineira (veja nota abaixo). O economista deixa esposa, dois filhos e quatro netos. Ainda não há informações sobre velório e sepultamento. Seu vice e comandante interino da cidade desde sua internação, Álvaro Damião (União Brasil), assumirá o cargo de forma definitiva.
Noman estava internado desde 3 de janeiro no Hospital Mater Dei, em BH, tratando um quadro de pneumonia que causou insuficiência respiratória aguda e necessidade de assistência ventilatória. Na madrugada desta terça (25), o político sofreu uma parada cardiorrespiratória e foi reanimado, mas, segundo boletim do hospital, evoluiu com choque cardiogênico – que ocorre quando o coração não consegue bombear sangue com eficiência.
Ele precisou receber altas doses de medicamentos e estava respirando com a ajuda de aparelhos. O prefeito também desenvolveu insuficiência renal aguda após a parada.
Essa era a quarta internação de Noman desde novembro do ano passado. As três anteriores foram motivadas por dores nas pernas, pneumonia, diarreia e desidratação. Em julho, o prefeito revelou que foi diagnosticado com um linfoma não Hodgkin, mas em outubro afirmou ter concluído o tratamento, com remissão total do câncer.
O mineiro de origem síria nasceu em 30 de junho de 1944 e tinha décadas de experiência no serviço público. Foi militar do Exército por 11 anos e durante o serviço militar se graduou em economia pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília (CEUB).
Depois de deixar a caserna, passou pelo Banco Central (BC), pela Secretaria do Tesouro Nacional e pelo Ministério da Fazenda, onde integrou a equipe que implementou o Plano Real. Gostava de contar histórias, principalmente as vividas no BC e de quando morou com a família em Cabo Verde, onde atuou como consultor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para estabilizar a economia do país.
Integrou os governos de Aécio Neves (PSDB) – como secretário de Fazenda entre 2003 e 2007 e de Transporte e Obras Públicas entre 2007 e 2010 – e de Antonio Anastasia (PSDB) – como presidente da Gasmig, a companhia de gás do Estado, secretário de Coordenação de Investimentos e secretário extraordinário da Copa do Mundo.
Chegou ao governo belorizontino durante a gestão de Alexandre Kalil, em 2017, quando foi nomeado secretário de Fazenda da cidade, cargo que ocupou até 2020. Naquele ano, saiu da área técnica e entrou na política: foi eleito à vice-prefeitura e assumiu a chefia do Executivo dois anos depois, quando o ex-presidente do Atlético-MG deixou o cargo para concorrer ao Governo.
A gestão de Noman na PBH foi marcada pela entrega de obras, principalmente as de combate a enchente e as de melhoria do trânsito. O político também ficou marcado pelo slogan “prefeitando”, usado durante as visitas aos trabalhos em andamento ou aos eventos de entrega de novas construções.
Além de economista e político, Noman também era escritor. Durante seu governo, lançou "Amargo e o Doce" (2017), com elementos aparentemente autobiográficos, já que conta a história de um garçom, profissão que o prefeito também exerceu no restaurante do pai; "Marcas do Passado" (2022), que aborda a trajetória de uma mulher vítima de violência e abuso; e "Cobiça" (2020), alvo de ataques de bolsonaristas que acusaram a obra de fazer apologia à pedofilia por citar o estupro coletivo de uma criança de 12 anos.
Leia a nota da Prefeitura de Belo Horizonte
É com profundo pesar que a Prefeitura de Belo Horizonte informa o falecimento do prefeito Fuad Noman, ocorrido nesta data.
Fuad Noman dedicou décadas de sua vida ao serviço público, sempre pautado pelo compromisso com a ética, o diálogo e o bem-estar da população de Belo Horizonte. Economista por formação, com sólida trajetória na administração pública, Fuad ocupou importantes cargos no Governo Federal, Governo de Minas Gerais e na Prefeitura de Belo Horizonte, sempre deixando marcas de competência, responsabilidade e sensibilidade social.
Em 2022, assumiu o cargo de prefeito da capital mineira, e desde então conduziu a cidade com serenidade, firmeza e espírito público.
Fuad era conhecido por seu trato gentil, sua capacidade de escuta e seu amor por Belo Horizonte. Um homem público íntegro, cuja história se confunde com o desenvolvimento da nossa cidade.
Neste momento de dor, nos solidarizamos com os familiares, amigos e todos os cidadãos belo-horizontinos que perdem não apenas um líder, mas um exemplo de ser humano. A cidade se despede com gratidão e reverência.
Informações sobre o velório e homenagens serão divulgadas em breve.
Prefeitura de Belo Horizonte