A ex-deputada federal Flordelis (PSD-RJ) foi presa no início da noite desta sexta-feira (13) em sua casa, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Ela foi encaminhada ao presídio de Benfica, onde é feita a triagem do sistema prisional fluminense, após passar por exame de corpo de delito no IML.
A decisão da Justiça do Rio cita múltiplas tentativas de interferência nas investigações, constrangimento de testemunhas além de possível falsificação de provas. Flordelis passará por audiência de custódia neste sábado (14).
A ex-parlamentar é acusada de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019. Ela foi indiciada pelo crime de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada.
No fim da tarde, diante do pedido de prisão feito pelo Ministério Público, Flordelis fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais pouco antes de ser presa para pedir orações e voltou a negar participação no crime.
“Estou nessa live só para pedir uma corrente de oração pelas redes sociais, corrente de oração para todo o Brasil. É momento de clamor, pé momento de oração”, disse a ex-parlamentar.
“Eu precisava fazer essa live. Fiquem com Deus. Façam uma corrente de oração a meu favor. Tenham convicção de que eu não cometi crime algum, sou inocente. Haja o que houver, aconteça o que acontecer, ainda que me levem para uma prisão, lá na prisão eu serei adoradora. Eu iriei adorar o nome do senhor Jesus”, completou.
Flordelis teve o mandato na Câmara dos Deputados cassado nesta semana por quebra de decoro. Assim, perdeu a prerrogativa de imunidade parlamentar e acabou presa quase 48 horas após a votação.
Defesa vê prisão “arbitrária”
A defesa da ex-deputada Flordelis, por meio do advogado Rodrigo Faucz, criticou o pedido do Ministério Público que embasou o pedido de prisão determinado pela Justiça, afirmando que a decisão é “desnecessária e arbitrária”.
O advogado criticou ainda a juíza Nearis dos Santos Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, que decretou a prisão preventiva, alegando “falta de parcialidade” - a defesa já havia pedido o afastamento da magistrada do caso no mês passado, mas sem êxito.