A Bio-Manguinhos, unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), realiza um estudo clínico para medir a resposta imunológica de diferentes intervalos entre as duas doses da vacina contra a Covid-19 de Oxford/AstraZeneca, produzida pela instituição.
A pesquisa acontece em meio a uma discussão por autoridades sobre uma possível redução no intervalo, para combater a contaminação pela variante delta do coronavírus. O período entre as duas doses recomendado pelo Programa Nacional de Imunizações atualmente é de 12 semanas.
O estudo vai analisar a resposta dos anticorpos em voluntários, em intervalos de 4, 8 e 12 semanas, períodos previstos na bula da vacina. Os participantes vão ser acompanhados por um ano.
A coordenadora da Assessoria Clínica de Bio-Manguinhos, Maria de Lourdes Maia, afirma que os resultados vão poder orientar ações do Ministério da Saúde.
A redução do intervalo aceleraria a aplicação da segunda dose na população. Segundo alguns especialistas, a medida pode ser mais eficaz no combate à variante delta, considerada mais transmissível.
O estudo da Bio-Manguinhos configura a fase IV dos testes com o imunizante, realizada em vacinas já registradas. Podem participar pessoas com 18 anos ou mais que ainda não foram imunizadas com nenhuma dose.
A estudante Carol Cristine foi uma das voluntárias. Ela estava com medo de possíveis atrasos no calendário de imunização pela prefeitura e quis participar para ter um acompanhamento e contribuir com a ciência brasileira.
A pesquisa é realizada em quatro centros, três no Rio e um em Curitiba. As inscrições dos voluntários são feitas pela internet, no site da Bio-Manguinhos.