O filho do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, José Eduardo Neves Cabral, se entregou na tarde desta quinta-feira (24), na sede da Polícia Federal (PF), no Rio de Janeiro. Ele era procurado desde quarta (23), quando foi alvo da operação Smoke Free.
Ao todo, 12 pessoas foram presas, entre elas, policiais militares e um agente federal, na operação chamada que combate contrabando de cigarros. Segundo o inquérito, a organização criminosa é responsável pelo prejuízo de R$ 2 bilhões à União com o esquema de venda de cigarros ilegais.
Segundo a investigação, nos últimos três anos os criminosos emitiram notas fiscais falsas para transportar a mercadoria irregular em áreas dominadas por milicianos ou traficantes. Com o dinheiro arrecadado com o esquema, os suspeitos passaram a lavar dinheiro no Brasil e no exterior.
O filho do ex-governador é apontado pelo inquérito da PF como o braço direito do bicheiro que comanda o esquema de comércio ilegal de cigarros em vários pontos do Rio. Já os agentes públicos que foram presos na operação seriam responsáveis pela distribuição e segurança da quadrilha que entrou na mira de autoridades dos Estados Unidos.
Além dos 27 mandados de prisão expedidos pela Justiça e 50 de busca e apreensão, R$ 300 milhões em bens dos acusados foram bloqueados. Os agentes também apreenderam R$ 400 mil em espécie, veículos de luxo, joias, celulares, computadores e documentos.
Se condenados, os presos podem pegar até 66 anos de prisão e responder por sonegação fiscal, duplicata simulada, receptação qualificada, corrupção ativa e passiva, lavagem de capital e evasão de divisas.