Filho do presidente americano Joe Biden, o advogado e empresário Hunter Biden foi condenado nesta terça-feira (11/06) por um tribunal no estado de Delaware por ter omitido que era usuário drogas quando comprou uma arma em 2018 e por posse ilegal de arma.
A arma, que Hunter chegou a ter por 11 dias, foi jogada fora pela irmã dele depois que ela a descobriu no carro do empresário.
A sentença ainda não tem data para sair. Os crimes pelos quais Hunter foi condenado poderiam lhe render até 25 anos de prisão – analistas, porém, esperam uma pena mais branda, dado que o filho do presidente dos Estados Unidos não tem antecedentes criminais. O crime mais grave, de posse ilegal de arma, não costuma ser punido com mais do que 15 meses de reclusão.
Em comunicado divulgado após a condenação, Hunter disse que se sentia mais grato pelo amor e apoio que recebeu do que desapontado pelo resultado do julgamento, e que era "abençoado" por experimentar a dádiva da recuperação "um dia de cada vez".
Hunter, que escreveu abertamente sobre seus problemas com drogas, disse que à época que comprou o revólver não achava que era viciado.
O promotor David Weiss, que moveu o processo contra Hunter no caso do porte de arma, disse à imprensa depois da condenação que o caso tratava das "escolhas ilegais que o réu fez enquanto estava no auge do vício, sua escolha de mentir em um formulário governamental ao comprar uma arma e a escolha de, então, possuir essa arma".
A reação de Biden
Falando nesta terça, Joe Biden disse aceitar o resultado do julgamento e que "continuaria a respeitar o processo judicial" enquanto o filho dele, que diz ser inocente, avaliava se recorreria da condenação.
Biden disse que ele e a esposa, Jill Biden, sempre dariam "amor e apoio" ao filho, e que tinham orgulho do homem que ele se tornou após superar o vício.
"Tantas famílias que têm entes queridos lutando contra o vício entendem o sentimento de orgulho em ver alguém que você ama superar [o vício] e ser tão forte e resiliente", disse Biden.
Impacto na política
Hunter, que é o segundo filho de Biden, é um alvo frequente dos rivais republicanos do presidente. Políticos linha-dura e aliados do ex-presidente e provável candidato à Casa Branca Donald Trump investigaram Hunter no passado no Congresso por suspeita de corrupção e tráfico de influência, mas até hoje nada disso evoluiu ao ponto de ser denunciado à Justiça.
Os negócios de Hunter na China e na Ucrânia também foram usados por congressistas republicanos como base para processos de impeachment – até agora fracassados – contra Biden.
Mas em setembro, depois da condenação por compra e porte ilegal de arma, Hunter enfrentará na Califórnia um julgamento sob a acusação de ter sonegado 1,4 milhão de dólares (R$ 7,5 milhões) em impostos.
ra (AFP, AP, dpa)