Fies: cresce a inadimplência dos estudantes no programa de financiamento

Da Redação

Fies é voltado para estudantes com renda familiar mensal bruta por pessoa de até três salários mínimos Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Fies é voltado para estudantes com renda familiar mensal bruta por pessoa de até três salários mínimos
Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Termina nesta sexta-feira, 31, o prazo de inscrição no segundo semestre do Fies, programa que é porta de entrada para estudantes de baixa renda em universidades particulares. Com o financiamento, o aluno paga o ensino superior somente após a formatura, com juros baixos e prazo estendido.



No entanto, a inadimplência do programa - que, historicamente, é alta - cresceu ainda mais neste ano. Em abril, o número chegou a 53%. Para Nelson Amaral, especialista em educação pela Universidade Federal de Goiás, a tendência é que a situação piore. “Os programas são feitos para pessoas que não podem fazer o pagamento. No meu entendimento, a solução vai ser a mesma encontrada por vários países: condicionar o empréstimo à renda do aluno”, explicou ao Jornal da Band.

Uma nova lei aprovada em maio permitiu a suspensão do pagamento do programa durante a pandemia, o que poderia beneficiar quase um milhão de brasileiros. Os estudantes, no entanto, reclamam que os pedidos não estão sendo aceitos pelas instituições bancárias. Para quem entrou no programa a partir de 2018, a situação é ainda pior: eles não têm o direito à pausa.

Segundo o deputado federal João Maia (PL), o crescimento da inadimplência também está relacionado às dificuldades do mercado de trabalho. “Nós sabemos que, em parte, se deve ao desemprego quando o estudante se forma. Nós achamos que o governo deveria ter um programa de emprego para alunos que usaram parte do dinheiro da União para se formarem.”

O Fies foi criado em 1999, mas viveu um auge na última década, com pico em 2014, período no qual mais de 700 mil financiamentos foram aprovados em apenas um ano. Desde então, o programa foi encolhendo e, atualmente, menos de 100 mil alunos conseguem ingressar no programa anualmente.

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