A fazenda da senadora Tereza Cristina (PP) foi invadida durante a madrugada de domingo (30). Segundo a equipe da ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os invasores se retiraram ainda pela manhã, de forma pacífica, após intervenção da Polícia Militar.
Segundo a nota, os responsáveis pela invasão eram integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), mas a direção do grupo negou que tenha realizado a ocupação na fazenda, que produz soja e tem criações de gado.
"O MST em Mato Grosso do Sul vem, por meio desta nota, afirmar que não realizou ocupação em áreas ligadas à senadora Tereza Cristina (PP), em Terenos, MS", informa a nota.
MST realizou invasões em propriedades rurais em abril
Pelo menos 40 propriedades foram invadidas pelo grupo em abril, em movimentos que fazem parte do ‘abril vermelho’. As invasões do MST causam insegurança no campo e nas cidades, porque os grupos desrespeitam a propriedade privada, garantida pela Constituição.
Entre as invasões em série do chamado "abril vermelho", duas deixaram os deputados indignados. A ocupação de uma fazenda da Suzano, em Aracruz, no Espírito Santo, que produz celulose, e a de uma área da Embrapa em Pernambuco, responsável pela pesquisa e conservação de espécies e plantas no semiárido nordestino.
Com as invasões, o presidente da Câmara, Arthur Lira, aprovou a criação de uma CPI para apurar a atuação do MST. A base governista teme que a atuação do MST na jornada dificulte a aprovação de medidas para a reforma agrária no parlamento. A CPI será composta por 54 membros, sendo metade de suplentes. Agora, os representantes partidários devem realizar as indicações.
A preocupação imediata no Planalto é de que as ações do MST acabem prejudicando as votações de interesse do governo. A frente parlamentar do agronegócio é a maior do congresso: são cerca de 300 integrantes, de diversos partidos.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, cobrou a direção do MST para interromper as invasões. Pela internet, o ministro da Agricultura disse que as invasões são inaceitáveis. Também afirmou que atentar contra a ciência e a produção sustentável é crime próprio de negacionistas.