Faustão tem prioridade na fila de transplantes? Saiba como é sistema do SUS

Fila é definida por ordem de cadastro, mas gravidade da doença e compatibilidade são critérios prioritários para qualquer paciente; entenda

Da redação

Faustão precisa de transplante de coração
Renato Pizzutto/ Band

O apresentador Fausto Silva terá de passar por um transplante cardíaco por agravamento da situação do coração nos últimos dias. A informação foi divulgada no domingo (20) após boletim médico do Hospital Albert Einstein, onde o comunicador está internado desde o último dia 5. 

Na nota, os médicos afirmam que Faustão foi “incluído na fila única de transplantes, regida pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo”. Segundo a secretaria e o Ministério da Saúde, Faustão agora está na fila que é definida pela priorização, tempo de espera, tipagem sanguínea e gravidade do caso. 

Faustão trata uma insuficiência cardíaca e segue estável, mas em estado grave, precisando de diálise e medicamentos para ajudar na força de bombeamento do coração. 

Faustão terá prioridade para um transplante?

O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) funciona por ordem cronológica de cadastro, mas há prioridades em meio à fila, dependendo dos critérios que o paciente preenche. No caso de Faustão, ele só terá prioridade de acordo com necessidades médicas, o estágio de gravidade da insuficiência cardíaca, tipo sanguíneo e outras especificidades. 

A compatibilidade genética é fator importante na decisão de quem receberá o órgão e o tempo de isquemia, o tempo de duração do órgão fora do corpo. No caso, a demora do transporte do órgão da origem, até o transplante. 

Crianças são prioridade ao concorrerem na fila com adultos, seja pelo doador também ser criança, ou por estarem diretamente concorrendo com mais velhos. 

Como funciona a fila de transplantes do SUS?

O Brasil tem o maior sistema público de transplante de órgãos de todo mundo e é o segundo país maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. A estrutura é gerenciada pelo Ministério da Saúde, que garante que 90% das cirurgias sejam feitas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Tal gerenciamento integra as 27 centrais estaduais do país.

Segundo o Ministério da Saúde, hoje, há 617 hospitais e 1.495 equipes autorizados a realizarem transplantes no Brasil. Uma delas é liderada pelo médico Lúcio Pacheco, especialista em transplante de fígado. As etapas para um transplante acontecer são as seguintes:

  1. Paciente primeiro é incluído na lista nacional de transplantes pelo médico autorizado;
  2. Acompanhamento da posição na fila pelos canais oficiais do governo e de São Paulo, caso o paciente seja do estado;
  3. Passar pelo procedimento caso haja o órgão compatível e a posição na fila seja favorável;

Não é possível estimar o tempo em que o processo de transplante ocorra, justamente pelos fatores de prioridade e compatibilização de órgão e paciente. 

Fila pode diminuir com conscientização

O tempo de espera por um órgão pode diminuir de acordo com o aumento de doações de órgãos. O Ministério da Saúde afirma que é importante identificar e notificar óbitos, principalmente de morte cerebral, em que muitos órgãos ainda são funcionais. 

Profissionais de saúde são preparados para conscientizar a população sobre o processo de doação e transplante, fazendo com que estes últimos autorizem a doação, no caso da morte de entes queridos.

Podem ser doados rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, intestino, córneas, valvas cardíacas, pele, ossos e tendões. Caso queira ser doador de órgãos, o primeiro a se fazer é avisar a família da vontade, já que a doação é realizada após autorização familiar. 

Não é preciso registrar a intenção de doar órgãos em cartórios ou informar em documentos o desejo de doar. Só é inviabilizado o transplante caso o paciente tenha doenças crônicas como diabetes, infecções ou tenha usado drogas injetáveis, por isso, os médicos realizam uma entrevista familiar para a equipe médica avaliar riscos para garantir a segurança de receptores. 

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