Farmácias de SP estão sem estoque de testes para covid-19

Associação disse que a procura dobrou nas últimas semanas, o que tem deixado as lojas desabastecidas

Ana Paula Rodrigues na Rádio Bandeirantes

Com o recente surto de gripe e o avanço da variante Ômicron do coronavírus, muitas farmácias de São Paulo começaram a ficar sem medicamentos e testes para covid-19. O levantamento foi feito pela Rádio Bandeirantes

Representantes de estabelecimentos ouvidos pela reportagem contaram que o mês de dezembro foi marcado por uma grande explosão na demanda, o que segue acontecendo neste início de janeiro. Segundo a Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias), a procura diária dobrou.

“A conta chegou. É muito difícil conseguir hoje um teste para o mesmo dia (…). Acredito que as pessoas estão mais conscientes. [Fazer o teste] é uma maneira de se cuidar, não contaminar o parente. Do lado das farmácias, estamos nos preparando, colocando mais equipes à disposição, mas infelizmente, a demanda é maior”, explicou à BandNews TV Sérgio Mena Barreto, diretor-executivo da Abrafarma. 

Em grande parte das farmácias, o paciente com suspeita de contaminação precisa agendar o teste de covid-19 com ao menos dois dias de antecedência.

Os profissionais da área explicaram que, como os produtos têm validade curta, os estoques não costumam ser muito grandes. De acordo com eles, a principal dica para quem tem pressa é procurar farmácias 24 horas que fazem os testes durante a madrugada, quando a procura tende a ser menor. 

Testes em UBSs

Enquanto isso, a Prefeitura de São Paulo iniciou o abastecimento de testes rápidos de covid-19 das Unidades Básicas de Saúde (UBS). A ideia é fazer um teste duplo para covid-19 e Influenza para tentar monitorar os números de infectados e definir estratégias de atendimento dos pacientes.

“Nós próximos 15 dias vamos fazer a testagem dupla. A pessoa vem e testa primeiro para Covid com antígeno, se testou positivo a gente testa com RT-PCR, se testou negativo fazemos a testagem da gripe. Em 15 dias teremos um painel viral muito preciso de como estamos com a pandemia e a gripe na cidade”, explicou o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, ao Bora Brasil da TV Bandeirantes.

Remédios em falta

O levantamento da Rádio Bandeirantes mostrou também que medicamentos geralmente receitados em casos de gripe e covid-19 também estão em falta. 

Foi registrado o “desaparecimento” nas prateleiras, por exemplo, do antiviral oseltamivir, vendido comercialmente com o nome de Tamiflu, além de antitérmicos e antibióticos. 

Segundo o Sincofarma, sindicato que reúne as empresas da área em São Paulo, cerca de 70% dos estabelecimentos da cidade estão desabastecidos para estes medicamentos.

A previsão é que a normalização do estoque aconteça somente no final de janeiro, já que, ainda de acordo com a entidade, a indústria também está correndo para repor e entregar os produtos.

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