Representantes de estabelecimentos ouvidos pela reportagem contaram que o mês de dezembro foi marcado por uma grande explosão na demanda, o que segue acontecendo neste início de janeiro. Segundo a Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias), a procura diária dobrou.
“A conta chegou. É muito difícil conseguir hoje um teste para o mesmo dia (…). Acredito que as pessoas estão mais conscientes. [Fazer o teste] é uma maneira de se cuidar, não contaminar o parente. Do lado das farmácias, estamos nos preparando, colocando mais equipes à disposição, mas infelizmente, a demanda é maior”, explicou à BandNews TV Sérgio Mena Barreto, diretor-executivo da Abrafarma.
Em grande parte das farmácias, o paciente com suspeita de contaminação precisa agendar o teste de covid-19 com ao menos dois dias de antecedência.
Os profissionais da área explicaram que, como os produtos têm validade curta, os estoques não costumam ser muito grandes. De acordo com eles, a principal dica para quem tem pressa é procurar farmácias 24 horas que fazem os testes durante a madrugada, quando a procura tende a ser menor.
Testes em UBSs
Enquanto isso, a Prefeitura de São Paulo iniciou o abastecimento de testes rápidos de covid-19 das Unidades Básicas de Saúde (UBS). A ideia é fazer um teste duplo para covid-19 e Influenza para tentar monitorar os números de infectados e definir estratégias de atendimento dos pacientes.
“Nós próximos 15 dias vamos fazer a testagem dupla. A pessoa vem e testa primeiro para Covid com antígeno, se testou positivo a gente testa com RT-PCR, se testou negativo fazemos a testagem da gripe. Em 15 dias teremos um painel viral muito preciso de como estamos com a pandemia e a gripe na cidade”, explicou o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, ao Bora Brasil da TV Bandeirantes.
Remédios em falta
O levantamento da Rádio Bandeirantes mostrou também que medicamentos geralmente receitados em casos de gripe e covid-19 também estão em falta.
Foi registrado o “desaparecimento” nas prateleiras, por exemplo, do antiviral oseltamivir, vendido comercialmente com o nome de Tamiflu, além de antitérmicos e antibióticos.
Segundo o Sincofarma, sindicato que reúne as empresas da área em São Paulo, cerca de 70% dos estabelecimentos da cidade estão desabastecidos para estes medicamentos.
A previsão é que a normalização do estoque aconteça somente no final de janeiro, já que, ainda de acordo com a entidade, a indústria também está correndo para repor e entregar os produtos.