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Família refém, 500 agentes e mais; relembre recaptura dos fugitivos de Mossoró

Deibson Nascimento, de 33 anos, e Rogério Mendonça, de 35 anos, escaparam do presídio de Mossoró em 14 de fevereiro. Governo federal gastou R$ 2 milhões na recaptura

Da Redação

Família refém, 500 agentes e mais; relembre recaptura dos fugitivos de Mossoró
Reprodução

Após 50 dias de buscas, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal recapturaram nesta quinta-feira (4) os fugitivos do presídio de segurança máxima de Mossoró, Deibson Nascimento e Rogério Mendonça. Eles foram presos em Marabá, no Pará. 

Deibson Nascimento, de 33 anos, e Rogério Mendonça, de 35 anos, conseguiram escapar do presídio de segurança máxima no dia 14 de fevereiro. A fuga foi a primeira registrada no sistema penitenciário federal desde que este foi criado, em 2006, para isolar lideranças de organizações criminosas e presos de alta periculosidade.

A recaptura dos fugitivos de Mossoró, no Rio Grande do Norte, custou aos cofres públicos ao menos R$ 2 milhões. Os dois criminosos do Comando Vermelho foram encontrados em Marabá, no Pará, a mais de 1.600 KM do presídio de segurança federal. 

A prisão ocorreu na ponte sobre o Rio Tocantins, feita no local para evitar alguma chance deles de escaparem. Os dois percorreram cerca de cinco estados até serem presos, passaram pelo Pará, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão e o norte de Tocantins. 

Agora, eles devem retornar ao presídio federal de Mossoró. Além dos dois presos, outros quatro criminosos foram detidos, suspeitos de auxiliarem os fugitivos. 

Veja abaixo a cronologia da fuga 

Em 14 de fevereiro aconteceu a primeira fuga de uma unidade federal de segurança máxima já registrada no país. A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública. 

Os detentos que fugiram do presídio são naturais do estado do Acre e fazem parte da facção criminosa Comando Vermelho (CV). Ambos estavam na unidade prisional desde setembro do ano passado. 

Investigações indicam que Mendonça e Nascimento usaram ferramentas que encontraram largadas no presídio para abrir o buraco por onde fugiram de suas celas individuais.

Após a fuga, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, determinou o afastamento da atual direção da penitenciária federal em Mossoró, no Rio Grande do Norte, e escalou o interventor Carlos Luis Vieira Pires como interventor da unidade prisional de segurança máxima.

Lewandowski anunciou medidas diante da fuga dos detentos. Entre elas, o ministro ordenou uma revisão nos protocolos de segurança das cinco penitenciárias federais do país, abertura de inquérito pela Polícia Federal para investigar a fuga e a inclusão dos nomes dos fugitivos na lista da Interpol. 

Em 16 de fevereiro, as polícias do Ceará e da Paraíba reforçaram a segurança na divisa com o Rio Grande do Norte após a fuga dos presos. No mesmo dia, a força-tarefa envolvida nas buscas encontrou pegadas, uma camiseta e uma toalha na zona rural do estado. 

Os itens foram encontrados em uma casa que fica a sete km do presídio federal e que foi alvo de furto na noite de quarta-feira (14) - mesmo dia da fuga. As procuras se concentram onde as pegadas e peças de roupas foram achadas. Um raio de 15 km em torno do local está sendo vasculhado. 

Naquela noite, eles invadiram uma casa na mesma região e fizeram uma família refém. O imóvel está localizado há três quilômetros da penitenciária federal. Os criminosos chegaram em casa, na comunidade de Riacho Grande, por volta das 20h, pediram comida e acesso às redes sociais. Eles ficaram no local até o início da madrugada de 17 de fevereiro. 

Os foragidos roubaram celulares e carregadores, além de alimentos, e levaram em uma sacola plástica. Segundo os moradores, eles não estavam usando mochila. 

Ao todo, 500 policiais, quatro helicópteros, drones e cães farejadores participam das buscas. Fontes ligadas à operação de buscas confirmaram à Band que a dupla ligou para integrantes do Comando Vermelho, no Rio de Janeiro. As chamadas foram feitas com celulares roubados na casa que eles invadiram.

Durante as buscas, a polícia prendeu pessoas que teriam ajudado os dois fugitivos durante a fuga, A PF anunciou em fevereiro uma recompensa de R$ 30 mil por informações sobre os dois criminosos que fugiram da penitenciária. Eram R$ 15 mil para notícias sobre cada um dos foragidos.

Em 27 dias de buscas, a Polícia Federal divulgou simulações de fotos com possíveis disfarces de Deibson Nascimento e Rogério Mendonça, fugitivos da penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

A demora para a recaptura tem gerado questionamentos. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, disse que a busca pelos criminosos vai continuar.

"O resultado prático, a meu ver, é que é muito positivo, é o fato de que eles não conseguiram escapar deste perímetro que está cercado até o momento. Estão cercados porque, se não fosse a eficiência das forças de segurança, já teriam se evadido. Estariam em outro estado."

Oficiais da Força Nacional deixaram a cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, no último (30), onde atuavam na operação de buscas por dois fugitivos da penitenciária federal no município.

A operação contou com 100 agentes e 20 viaturas da Força Nacional entre 19 de fevereiro e 29 de março. A partir de agora, as buscas serão feitas pelas polícias Militar, Civil e Penal do estado.

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