Em visita a Francisco Morato, uma das cidades atingidas pelas fortes chuvas na Grande São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro disse que faltou visão de futuro às famílias que construíram casas em áreas de risco. Nesta terça-feira, 1º, o chefe do Executivo também lamentou as 24 mortes causadas pelos deslizamentos e alagamentos.
“Lamentamos as mortes. Sabemos que, muitas vezes, as pessoas constroem uma residência por necessidade num local que, 10, 20, 30 anos depois, o tempo leva a desastres”, disse Bolsonaro na abertura da entrevista coletiva.
Em resposta a um jornalista sobre o repasse de verbas aos municípios, o presidente ressaltou que o governo federal está à disposição para atender as demandas emergenciais das cidades.
“Em muitas áreas onde foram construídas residências, faltou, obviamente, uma visão, por parte de quem construiu, de futuro, bem como por necessidade, também. As pessoas fazem [construções] nessas áreas de risco. No tocante a montante, obviamente, os prefeitos, os que conversamos agora, já tomaram providências e apresentam as necessidades. Nós aqui fazemos tudo o possível para atendê-los”, pontou.
Repasse de R$ 470 milhões para SP
Perguntado sobre um ofício em que o governador João Doria pede R$ 470 milhões ao governo federal, o ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, disse que, neste caso, o foco é resolver as demandas emergenciais. Segundo o ministério, as obras de contenção deveriam constar na previsão orçamentária da União.
“Sobre o ofício, ele trata, no momento da tragédia, de obras que dizem respeito à previsão orçamentária. São obras de contenção, que não dizem respeito ao momento que não estamos vivendo. Agora, a necessidade é tratar das pessoas, que são medidas emergenciais. O governador nos pede R$ 50 milhões para ações emergenciais, mas os prefeitos, certamente, dirão qual é a necessidade de cada prefeitura”, argumentou Marinho.
O impacto das chuvas em São Paulo
Os transtornos provocados pelo mau tempo também deixaram cerca de 660 famílias desabrigadas ou desalojadas. Entre as vítimas, há um total de oito crianças. Além disso, há sete feridos e oito desaparecidos. Até o momento, 24 mortes foram confirmadas pelas autoridades.
De acordo com a Defesa Civil de São Paulo, há ocorrências espalhadas por todo estado relacionadas às chuvas. Alagamentos, queda de árvores, quedas de muros e deslizamentos de terra estão entre os principais transtornos, além de interdições totais ou parciais em rodovias.