A falta de material para embalagens também atinge a produção de bebidas. A distribuição para o fim do ano está garantida, mas a cerveja, por exemplo, ficou mais cara. E o aumento não é por acaso, já que este importante insumo está em falta nas distribuidoras do país.
De acordo com uma empresa especializada na sincronização da cadeia de suprimentos, o índice de ruptura, que mede a falta de cerveja no mercado, chegou a quase 20% no último mês - um recorde para a categoria. Para comparação, no período de festas do ano passado, o índice operou na média dos 10%, que é considerado normal.
“Em determinado produto, você acaba não encontrando exatamente qual especificidade você está procurando. Por exemplo, você está procurando uma cerveja de 500 ml e você só encontra a de 350ml”, explica Rodrigo Leão, diretor de marketing.
Por sua vez, a indústria de embalagens se justifica que a produção foi prejudicada durante o primeiro semestre, com a dispensa de funcionários por conta da pandemia do novo coronavírus.
No galpão da distribuidora de Ângelo Augusto é possível ver “buracos” entre os corredores que estocam diversas bebidas. “Hoje, o que está acontecendo no mercado é a falta de insumos: papelão, vidro”, relata o empresário, que está há sete anos no ramo.
A escassez ainda não atinge as prateleiras dos supermercados, que asseguraram estoque para as vendas para as festas de fim de ano. Já os produtores não tiveram a mesma sorte. Alguns tiveram que importar embalagem de vidro da Argentina. Proprietário de uma marca de gin, Bruno Siqueira de Carvalho já perdeu R$ 300 mil em vendas pela falta do produto no mercado.
“A gente foi atrás de 96 fornecedores, mapeou todos os fornecedores de vidro no Brasil e a gente achou uma única garrafa disponível no mercado que é uma garrafa de leite”, lamenta o empresário.
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