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Facção “Los Lobos” reivindica ataque a Fernando Villavicencio

Grupo criminoso também teria ameaçado outros políticos do país em vídeo divulgado nas redes sociais

Da redação

Uma das maiores facções criminosas do Equador, Los Lobos, assumiu a responsabilidade pelo ataque que matou o candidato à presidência Fernando Villavicencio. Segundo o portal La Razón, o grupo divulgou um vídeo nas redes sociais assumindo a autoria do crime. 

“Toda vez que políticos corruptos não cumprirem suas promessas quando receberem nosso dinheiro, que é de milhões de dólares, para financiar sua campanha, serão dispensados”, diz na gravação um dos homens encapuzados. 

O grupo ainda ameaçou outros políticos do país. “Você também, Jan Topic, mantenha sua palavra. Se você não cumprir suas promessas, você será o próximo.”

As autoridades equatorianas ainda não confirmam oficialmente o atentado por parte da facção criminosa. Villavicencio condenava as facções no Equador; em diversos discursos pelo país, afirmava que, se eleito, faria ações de repressão.

Horas depois, um novo vídeo tentou desmentir que a facção tenha cometido o crime. Nele, homens sem máscara disseram que não são responsáveis pelo assassinato do candidato.

Segundo a investigação local, um suspeito morto e seis outras pessoas presas têm conexão com o assassinato de Villavicencio e são colombiano. Já o governo disse que estava tentando identificar os "autores intelectuais" do crime.

Estado de Emergência

O presidente do Equador, o conservador Guillermo Lasso, decretou na noite dessa quarta-feira (9), estado de emergência no país durante 60 dias, após o assassinato de Villavicencio. Foram ainda decretados três dias de luto nacional.

“Indignado e consternado pelo assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio. Minha solidariedade e condolências à sua esposa e suas filhas. Por sua memória e sua luta, asseguro-lhes que este crime não ficará impune”, afirmou o presidente do Equador.

Crise no Equador

O atentado é o estopim de uma crise política que perdura no Equador há anos. Em maio, o atual presidente Guillermo Lasso dissolveu a assembleia nacional convocando novas eleições.

O ato, conhecido como 'morte cruzada', é previsto na constituição do país, e permite que o presidente governe por seis meses por decreto até a convocação de novas eleições.

Lasso sofria um processo de impeachment e ainda com a baixa popularidade. Ele está no poder desde 2021 é acusado de peculato na gestão da estatal de navegação do Equador.

As eleições no equador deveriam acontecer somente em 2025, quando terminaria o mandato de Guillermo Lasso, atual presidente que sofre uma série de pressões. Mas as eleições foram antecipadas para o próximo 20 de agosto. 

O candidato assassinado, Fernando Villavicencio, do partido de centro 'Movimiento Construye' figurava nas pesquisas de intenção de voto em segundo lugar, atrás de Luísa Gonzalez, do 'Movimiento Revolución Ciudadana' - partido de esquerda do ex-presidente Rafael Corrêa, que governou o Equador entre 2007 e 2017.

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