Expulsão de Ibaneis Rocha do MDB ganha força no partido

Governador afastado também é alvo de pedido de impeachment na Câmara Legislativa do Distrito Federal

Narley Resende

Ibaneis Rocha foi afastado por 90 dias do cargo de governador REUTERS/Adriano Machado
Ibaneis Rocha foi afastado por 90 dias do cargo de governador
REUTERS/Adriano Machado

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) divulgou nesta segunda-feira (9) que fará campanha para expulsar o governador afastado do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB-DF) do partido. 

Afastado por 90 dias do governo do DF pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após falhas na segurança durante atos de vandalismo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília no domingo (8), também é alvo de pedido de impeachment na Câmara Legislativa do Distrito Federal. 

Ibaneis apoiou Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial, em que o candidato à reeleição foi derrotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), contrariando posição da senadora e candidata do partido Simone Tebet (MDB-MS), derrotada no primeiro turno.

Influentes integrantes do MDB articulam um movimento para expulsar Ibaneis e o mau trânsito dele com a cúpula do partido contribui para essa possibilidade.

Ibaneis não foi a nenhuma das três posses de ministros do MDB no governo Lula.

Na disputa do presidente da sigla, deputado Baleia Rossi (MDB-SP), contra o deputado Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara, Ibaneis apoiou Lira, que é adversário de Calheiros em Alagoas. 

Impeachment

O Partido Verde (PV) apresentou nesta segunda-feira (9) um pedido de impeachment contra o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. A Câmara Legislativa do Distrito Federal deve analisar o pedido. 

A gestão administrativa do governo do Distrito Federal foi transferido para Celina Leão (PP-DF), vice-governadora. 

A atual governadora apareceu participando ativamente das campanhas eleitorais de Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, durante a tentativa de reeleição.

Na área de Segurança do DF, o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, foi nomeado pelo presidente Lula como interventor federal. Ele fica reponsável pelas forças de segurança do DF até 31 de janeiro. 

Em entrevista à Rádio BandNews FM, o ex-deputado distrital Leandro Grass avalia que a situação do atual chefe do executivo do DF é insustentável. O ex-parlamentar é membro do PV e um dos assinantes do pedido de impeachment.

O Partido Verde aponta os crimes de obstrução de justiça e ações contra o estado democrático de direito na peça montada pela Secretária Nacional de Assuntos Jurídicos do partido, Vera Motta.

Durante a entrevista, Grass relembrou que Brasília é Patrimônio da Humanidade desde 1987 pela Unesco. E afirmou que fará parte da força-tarefa do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico (IPHAN), criado por Margareth Menezes, ministra da Cultura, para restaurar o prejuízo cultural causado pela destruição de obras de artes que estavam instaladas nos prédios afetados pelo ataque.

O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação, gravou um vídeo mostrando a destruição no Palácio do Planalto, onde é possível ver o quadro “As mulatas”, do pintor brasileiro Emiliano Di Cavalcanti, de 1928, com diversas perfurações.

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