Uma forte explosão atingiu uma mesquita na cidade de Kunduz, no norte do Afeganistão, durante tradicionais orações de sexta-feira (8). Ao menos 50 pessoas foram mortas e mais de 100 ficaram feridas, segundo autoridades locais.
A ação foi realizada por ataque de um homem-bomba, que detonou um colete com explosivos no local frequentado pela minoria muçulmana xiita.
Porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid disse que “várias pessoas” foram mortas e feridas e que o “crime será investigado”.
O grupo terrorista Estado Islâmico assumiu a autoria do ataque no templo de Gozar-e-Sayed Abad. O Isis-K, braço do Estado Islâmico no Afeganistão, que é sunita, mas se opõe ao Talibã, foi o autor do ataque no aeroporto da capital Cabul, durante a retirada de tropas estrangeiras e a tentativa de saída de opositores do regime Talibã, com mais de 100 mortos no final de agosto.
Representante da linha sunita do islamismo, a célula terrorista vem praticando diversos ataques contra os xiitas, especialmente os da minoria étnica hazara.
O ataque desta sexta escancarou a crise na segurança do Afeganistão. Após retomar o poder em agosto, o governo talibã tem enfrentado dificuldades para conter a escalada do ISIS-K. No último domingo (3), um outro atentado deixou cinco mortos nos arredores da capital.
Segundo a ONU, cerca de 10 mil simpatizantes do movimento extremista chegaram ao Afeganistão nos últimos meses, após a retirada das tropas dos Estados Unidos.
Além do crescimento do Estado Islâmico, a população sente os efeitos de uma profunda crise econômica, já que o Afeganistão deixou de receber ajuda internacional desde a volta do Talibã ao poder.