O novo ataque de Israel no Líbano que ocorreu na noite deste domingo (29) é visto como uma escalada no conflito contra forças do grupo armado Hezbollah. Pelo menos duas pessoas morreram após o bombardeio em um prédio residencial em Kola, região central da capital, Beirute.
Para a BandNews TV, o professor de Relações Internacionais Leonardo Trevisan afirma que o aumento na tensão no Oriente Médio é parte da estratégia do premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, para se manter no poder e para esquecerem das mortes na Faixa de Gaza.
“Sem dúvida nenhuma, é uma estratégia, que o jornal Hareetz denunciou, que tudo o que acontece no Líbano, ao Norte de Israel, ocorre para desviar o fracasso na recuperação dos 101 reféns que ainda estão na mão do Hamas. É exatamente por isso, o Exército israelense, as forças armadas de Israel, continuam os ataques em Gaza, mas eles saíram dos noticiários”, afirmou.
Trevisan pontua que o premiê segue no poder com a escalada do conflito e mudou a opinião pública em Israel. “Netanyahu se mantém por causa do conflito, a expansão do conflito faz esquecerem dos horrores de Gaza, a expansão do conflito faz 60% dos israelenses acreditem no brilhantismo tático. O que Israel vai fazer com essa vitória? E o dia seguinte? Vão matar 2 milhões de palestinos?”, questionou.
Ataques no Líbano
Um prédio residencial foi atingido por um ataque aéreo de Israel em Beirute, capital do Líbano, neste domingo (29). Segundo fontes da Reuters, este é o primeiro ataque dentro dos limites da capital libanesa enquanto forças israelenses intensifica as hostilidades contra o Hezbollah na região.
O ataque teria atingido o andar superior de um prédio no distrito de Kola, na capital libanesa. Ao menos duas pessoas morreram, dizem fontes à Reuters.
Dezenas de novos ataques contra alvos do Hezbollah foram lançados pelo Exército de Israel neste domingo (29). As ações ocorrem dois dias após matar o líder do grupo radical, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao sul da capital Beirute.
Segundo os militares, os ataques visaram "edifícios onde estavam armazenadas armas e estruturas militares da organização". Israel tem desferido massivos ataques contra a milícia islâmica, iniciados em 18 de setembro com pagers explosivos, no que tem sido a maior escalada de violência em um ano de conflito no Oriente Médio, que já matou mais de 1.200 israelenses e 40 mil palestinos. Segundo as autoridades do país, mais de 700 libaneses foram mortos só nesta semana.