O ex-secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, diz que ligou no dia 7 de janeiro para Eduardo Pazuello para pedir ajuda no transporte de oxigênio de Belém para Manaus. Segundo ele, o apoio logístico foi solicitado pela White Martins, a principal fornecedora do gás medicinal no estado.
A declaração contradiz o depoimento de Pazuello, que afirmou aos senadores que ficou sabendo sobre problemas no fornecimento de oxigênio apenas no dia 10 de janeiro.
Campêlo diz que falou ao telefone com o ex-ministro e que a recomendação teria sido entrar em contato com o Comando Militar da Amazônia.
A Secretaria de Saúde do Estado ainda mandou ofícios para Pazuello nos dias 9, 11, 12 e 13 de janeiro pedindo ajuda. No dia 11, o general teria se encontrado em Manaus com representantes da White Martins para saber sobre os problemas e só então foi estabelecida uma ponte aérea de Guarulhos para Manaus para normalizar o fornecimento.
O ex-secretário, porém, confirmou a versão de Mayra Pinheiro de que a falta de oxigênio não seria um problema no período em que ela esteve em Manaus, entre 3 e 5 de janeiro, para defender o tratamento precoce com uso da hidroxicloroquina.
O Amazonas sofreu um colapso na Saúde e várias pessoas morreram asfixiadas por falta de oxigênio nos hospitais, especialmente na capital.
Campêlo afirmou que começou a perceber a piora da pandemia e a possibilidade de uma segunda onda na segunda quinzena de setembro com crescimento de internações na rede privada.
O ex-secretário disse ainda que 82% do dinheiro usado no combate da pandemia em 2020 era de origem estadual e apenas 18% veio do governo federal.