Em depoimento à Polícia Federal, o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro confirmou ter se encontrado com pastores a pedido de Jair Bolsonaro (PL), mas negou qualquer tipo de favorecimento.
Segundo ele, o presidente lhe pediu para receber Gilmar Santos, da Igreja Ministério Cristo para Todos, que tinha trânsito livre no MEC e é acusado de pedir propina em troca da liberação de verbas.
Milton Ribeiro disse, no entanto, que não houve pedido de “tratamento privilegiado” e negou a existência de um “gabinete paralelo” dentro da pasta.
Foi um áudio citando o pastor Gilmar, divulgado no último dia 22, que derrubou o ex-ministro da Educação. Nele, Milton Ribeiro falava em dar prioridade às demandas do religioso, a pedido de Jair Bolsonaro.
Investigados
A pedido da Procuradoria-Geral da República, o inquérito para investigar o ex-ministro foi aberto pela PF no último dia 25, após autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).
Além de Milton Ribeiro, são investigados os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Os dois são acusados de pedir dinheiro e até ouro a prefeitos em troca de liberação de verbas do MEC para a construção de escolas.
Os pastores usavam um hotel em Brasília como QG e chegaram a distribuir Bíblias com fotografias de Milton Ribeiro em eventos realizados pelo país.