Ex-comandante do Exército diz que Bolsonaro apresentou minuta golpista

Ministro Alexandre de Moraes tornou público depoimentos à Polícia Federal em investigação sobre tentativa de golpe

Da Redação

General Freire Gomes responde mais de 300 perguntas
Alan Santos/PR

O ex-comandante do Exército, Freire Gomes, declarou em depoimento à Polícia Federal, em 1º de março, que o ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou aos chefes das Forças Armadas a minuta golpista em reuniões no Palácio da Alvorada após o segundo turno das eleições em 2022. 

Em depoimento, Freire Gomes reforçou que participou de reuniões onde Jair Bolsonaro apresentou hipóteses da utilização de instrumentos jurídicos, como GLO, Estado de Defesa e Estado de Sítio, em relação ao processo eleitoral. 

O ex-comandante pontuou que foi convocado pelo Bolsonaro, por meio do ministro da Defesa Paulo Sérgio, a comparecer em 7 de dezembro de 2022 para uma reunião no Alvorada, mas a pauta do encontro não havia sido informada a ele. 

Na reunião na biblioteca do Alvorada, estavam presentes o ministro da Defesa, comandante da Marinha, Garnier, e o assessor Filipe Martins. Segundo ele, foi nesse momento que foi apresentado o documento que decretava, ao final, Estado de Sítio e ato contínuo, decreto Operação de Garantia da Lei e da Ordem. 

Após a leitura do documento pelo Filipe Martins, Bolsonaro teria dito que a minuta estava em desenvolvimento e depois reportaria a evolução aos comandantes. Em outra reunião, Bolsonaro apresentou novamente o documento. 

Segundo o depoimento colocado a público, Freire Gomes e Baptista Junior afirmaram de forma contundente suas posições contrárias ao conteúdo exposto, ou seja, de golpe, porque acreditavam que não teriam suporte jurídico para tomar qualquer atitude. Garnier teria se colocado à disposição. 

Em outra reunião na sede do Ministério da Defesa, a minuta foi novamente lida para os comandantes das Forças, que voltaram a se posicionar contra. 

Freire Gomes ressaltou que deixou evidenciado ao então presidente e ministro da Defesa que o Exército não aceitaria qualquer ato de ruptura institucional. Ele também disse que não haveria como rever o resultado da eleição do ponto de vista militar. E qualquer atitude poderia resultar na responsabilização penal de Bolsonaro.

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