O ex-CEO das Americanas, Miguel Gutierrez, foi solto neste sábado (29) pelas autoridades da Espanha. Ele havia sido detido desde sexta-feira (28) em Madri, após ser alvo de operação da Polícia Federal no Brasil e ter o nome incluso na lista de procurados pela Interpol.
O executivo, que comandou a varejista por duas décadas, passou o último dia prestando depoimento a autoridades policiais, judiciais e ministeriais da Espanha. Depois dessas oitivas, Guiterrez foi liberado para voltar para casa. Há um ano, Gutierrez vive em um apartamento em Madri com a mulher - ele tem dupla cidadania.
Em nota, a defesa afirma ainda que Gutierrez é vítima de "alegações originadas por delações mentirosas" e que ele "jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude”.
A outra ex-diretora da Americanas, que também está na lista de procurados da Interpol, Anna Christina Saicali, deve se apresentar às autoridades de Portugal neste domingo (30), no Aeroporto de Lisboa. A Justiça aceitou o pedido da defesa para que revogasse o pedido de prisão preventiva, caso a cliente se entregue.
Os ex-executivos passaram a ser procurados após operação da Polícia Federal do Brasil. Eles são investigados por fraudes nos balanços da varejista que somam R$ 25,3 bilhões.
Entre os crimes apurados, estão: prática do crime de manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, também conhecido como "insider trading”, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Acusações
As investigações, que contaram com a colaboração da atual diretoria do grupo Americanas, também tiveram a participação do Ministério Público Federal (MPF) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Em nota, o grupo Americanas informou que reitera sua confiança nas autoridades que investigam o caso “e reforça que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria”.
Segundo a empresa, os ex-diretores manipularam, de forma intencional, os controles internos existentes. “A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos”.
Leia a nota da defesa de Gutierrez
A defesa de Miguel Gutierrez informa que o executivo se encontra em sua residência em Madri, na Espanha, no mesmo endereço comunicado desde 2023 às autoridades espanholas e brasileiras, onde sempre esteve à disposição dos diversos órgãos interessados nas investigações em curso.
Na data de ontem (28/06), o executivo compareceu espontaneamente ante as autoridades policiais e jurisdicionais com o fim de prestar os esclarecimentos solicitados.
Diante do acesso aos autos, Miguel agora poderá exercer sua defesa frente às alegações originadas por delações mentirosas em relação a ele.
A defesa reitera ainda que Miguel jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude e que vem colaborando com as autoridades, prestando os esclarecimentos devidos nos foros próprios, manifestando uma vez mais sua absoluta confiança nas autoridades brasileiras e internacionais.