Durante depoimento prestado à Polícia Civil no Rio, nesta segunda-feira (12), Thayná de Oliveira mudou a versão confirmando a troca de mensagens com Monique Medeiros, mãe de Henry, sobre as agressões ao menino Henry Borel. As informações são de Mariana Procópio, no Jornal da Band.
Thayná chegou à delegacia escondendo o rosto, por volta do meio-dia e ainda está prestando esclarecimentos. Ela não falou com a imprensa.
Mensagens recuperadas no celular de Monique mostram que a babá sabia das agressões de Jairinho e mentiu no primeiro depoimento, ao dizer que a família vivia em harmonia. No dia 12 de fevereiro, ela avisou a mãe no momento em que o vereador se trancou no quarto com Henry para uma sessão de tortura.
A polícia descobriu que a babá e a empregada doméstica da casa, que também prestou depoimento, foram orientadas pelo advogado de Jairinho e Monique antes de serem ouvidas. André Barreto nega.
Em mais conversas interceptadas pela Polícia Civil, no celular de Monique, a professora aparece falando com uma prima dela, que é pediatra, sobre o comportamento de Henry. A mãe da criança descreve que Henry estava demonstrando medo excessivo de tudo, de perder os avós, e que o comportamento já estaria trazendo prejuízos às relações sociais e ao rendimento escolar.
Nas mensagens enviadas por Monique, ela conta que quando Henry via Jarinho, chegava a vomitar e tremer. A criança estaria tendo dificuldades para dormir sozinha, sem apetite e acordando o tempo todo, segundo os relatos da mãe. Monique contou a prima que levou Henry à psicóloga, e pediu orientações.
A Polícia Civil também descobriu que o menino foi levado pela mãe a um hospital um dia após as supostas agressões do vereador Jairinho, no dia 12 de fevereiro, menos de um mês antes da morte da criança.
Henry chegou no hospital mancando, e o boletim médico aponta que Monique Medeiros justificou ao pediatra que o filho tinha caído da cama no dia anterior, por volta das 17 horas. O horário é exatamente o mesmo em que a babá relatava para a mãe, por mensagens, as supostas agressões físicas e psicológicas provocadas pelo padrasto do menino.
Monique e Jairinho foram presos na última quinta-feira (8) acusados de homicídio duplamente qualificado (com emprego de tortura e sem chance de defesa à vítima) e de atrapalhar as investigações e ameaçar testemunhas do caso.
Monique Medeiros sentiu dores abdominais e foi levada ao hospital penitenciário nesta segunda, onde foi constatada uma infecção urinária. Ela teve alta horas depois. No boletim médico consta ainda que a paciente tem sinais de ansiedade e períodos de febre.
Relatos apontam que a mãe de Henry tem chorado na cela e tomado remédios controlados.
Após ter o habeas corpus negado, Monique trocou sua defesa. André França Barreto, seu ex-advogado, é acusado pela Polícia Civil de coagir testemunhas e por obstrução de Justiça.
Existia a previsão que uma ex-namorada de Jairinho também fosse ouvida, mas por conta de um caso confirmado de Covid-19 entre familiares da denunciante, o depoimento não ocorreu. Representantes da defesa compareceram à delegacia e não falaram com a imprensa.
Mãe de Henry já tinha usado versão de queda; assista