EUA anunciam desmonte de rede de fake news russa

Operação envolveu devassa em quase mil contas fictícias do X criadas para disseminar desinformação nos EUA e outros países. "Fazenda de bots" movida a inteligência artificial servia a narrativa geopolítica de Putin.

Por Deutsche Welle

Os Estados Unidos desbarataram uma campanha de desinformação perpetrada pela Rússia, envolvendo bots alimentados por inteligência artificial (IA) para criar perfis falsos na rede social X (ex-Twitter), informou nesta terça-feira (09/07) o Departamento de Justiça americano.

Os funcionários confiscaram dois domínios de internet e revistaram 968 contas das redes sociais, as quais agentes secretos russos teriam utilizado para criar uma "fazenda de bots" e disseminar fake news e desinformação nos EUA e em outros países.

"A fazenda de bots da rede social usava elementos de IA para criar perfis fictícios – muitos alegando pertencer a indivíduos dos Estados Unidos – com os quais os operadores então promoviam mensagens apoiando os objetivos do governo russo", explica o órgão judiciário em comunicado.

A campanha "para semear discórdia nos EUA e outros locais" teria sido desenvolvida por um editor-chefe da emissora de TV estatal russa RT, financiada pelo Kremlin e auxiliada por um funcionário do Serviço Federal de Segurança da Federação Russa (FSB), prossegue o Departamento de Justiça.

Contraofensiva a campanha geopolítica de Putin

Têm-se acumulado as advertências em relação a esforços de potências estrangeiras, entre as quais a Rússia, para interferir nas eleições presidenciais americanas de novembro.

O Judiciário americano assegura que diversas narrativas falsas foram difundidas pela fazenda de bots ativa no X. Entre elas, o vídeo de um suposto residente de Mineápolis em que o presidente russo, Vladimir Putin, afirma que áreas da Ucrânia, Polônia e Lituânia seriam "presentes" das forças libertadoras russas a esses países, durante a Segunda Guerra Mundial.

"A Rússia pretendia usar essa fazenda de bots para disseminar desinformação estrangeira gerada por IA, ampliando, com a ajuda da IA, seu trabalho para minar nossos parceiros na Ucrânia e influenciar narrativas geopolíticas favoráveis ao governo russo", relata o diretor do FBI, Christopher Wray. Segundo ele, as presentes ações americanas são pioneiras "em desbaratar uma fazenda de bots fortalecida por IA generativa".

Nesta terça-feira o presidente Joe Biden deu partida a uma conferência de cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) com o fim de demonstrar determinação contra Moscou e apoio à Ucrânia, que os russos invadiram em 24 de fevereiro de 2022.

av (AP,AFP)

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