As três alunas do curso de Biomedicina que zombaram da colega de sala de 44 anos em vídeo desistiram do curso. A informação foi confirmada para a Band nesta quinta-feira (16) pela instituição Unisagrado, universidade particular de Bauru, em São Paulo.
Em nota, a universidade informou que chegou a abrir processo disciplinar, mas durante a apuração, as três estudantes solicitaram a desistência. “Dessa forma o processo perdeu o objeto e por isso foi finalizado”, informa a assessoria da universidade.
No vídeo feito pelas alunas, que viralizou nas redes, uma das estudantes diz: ""Ela tem 40 anos já. Era para estar aposentada". A segunda concorda. "Gente, 40 anos não dá mais para fazer faculdade", complementa a outra. Assista ao vídeo abaixo.
Sobrinha da vítima desabafou nas redes sociais
Um dos usuários que republicou a postagem foi a sobrinha de Patrícia, a psicóloga Beatriz Linares, de 23 anos. Beatriz usou suas redes sociais para desabafar sobre o vídeo e pedir uma posição da universidade. "Minha tia sempre trabalhou sem parar desde pequena, com as irmãs, para ajudar a minha avó e cuidar dela. Ela sempre teve o sonho de estudar e nunca teve a oportunidade", publicou.
"Hoje, ela conseguiu entrar em um curso que ela sempre quis e estava muito feliz e animada para começar as aulas, e daí surge três meninas escrotas, que só vivem na própria bolha, gravando vídeo zombando pela tia ser a mais velha da turma”, escreveu Beatriz.
Universidade emitiu nota repudiando atitude
A Unisagrado publicou nota no mesmo dia que o vídeo viralizou. "Deixamos claro que não compactuamos com qualquer tipo de discriminação", publicou a instituição.
“As oportunidades não são iguais para todo mundo em todos os momentos da vida. Sabemos, por exemplo, que os pais, muitas vezes, abrem mão da sua formação para oferecer as melhores oportunidades para seus filhos e, somente depois, optam por se profissionalizarem”, comunicou a Unisagrado.
Caso é considerado etarismo. Saiba o que é:
Também chamado de ageísmo, é o nome dado à discriminação e à intolerância motivadas pela idade de uma pessoa. O preconceito pode chegar à violência verbal ou física.
Frases como "você está velho para isso" ou "você não tem mais idade para isso" podem ser manifestações de etarismo. Profissionalmente, essa discriminação pode vir em forma da recusa de alguém para uma vaga de emprego por limite de idade.
O estereótipo de que a idade é um empecilho afeta a vida das pessoas. O etarismo, inclusive, pode fazer com que a vítima se afaste do convívio social.