Os estoques de gás natural na União Europeia (UE) chegaram a 90% de sua capacidade bem antes da data prevista de 1º de novembro, anunciou a Comissão Europeia, braço executivo do bloco, na sexta-feira (18/08).
O nível de armazenamento de gás atingiu 1.024 TWh, ou 90,12% da sua capacidade máxima, o equivalente a pouco mais de 93 bilhões de metros cúbicos de gás natural, informou a Comissão.
"O mercado de energia da UE está em uma posição muito mais estável do que no ano passado", disse a comissária europeia de Energia, Kadri Simson, lembrando que a invasão russa na Ucrânia fez os preços da energia dispararem.
Ela acrescentou que a UE está "bem preparada para o inverno", mas os investimentos em energia renovável e eficiência energética poderiam fortalecer ainda mais a segurança energética do bloco.
A comissão estima que, com 90% do armazenamento cheio, a UE terá gás suficiente para cobrir um terço de suas necessidades no inverno. Os níveis variam de acordo com o país. A Espanha tem 99% de sua capacidade preenchida, enquanto a França tem 83% e a Letônia, 77%. Na Alemanha, o nível está em torno de 92%.
UE sobrevive sem o gás russo
Depois da invasão da Ucrânia pela Rússia deflagrar um crise energética na Europa, a UE tomou medidas para se preparar melhor para o inverno, quando a demanda de energia atinge seu pico.
Uma das medidas foi estabelecer uma meta vinculativa da UE de encher as instalações de armazenamento em 90% até 1º de novembro de cada ano. Os países membros da UE também se comprometeram a reduzir o consumo de gás em 15% entre abril deste ano e o final de março de 2024.
Simson advertiu que os preços do gás continuam "sensíveis". A comissão continuará a monitorar a situação, disse.
Antes de Moscou lançar sua invasão em fevereiro de 2022, a Rússia era responsável por quase metade das importações de gás natural da UE. Embora o gás da Rússia não esteja sujeito às sanções da UE, seus suprimentos para a UE caíram abaixo de 10%, pois Moscou fechou as torneiras.
Inicialmente, a medida fez com que os preços da energia disparassem em meados de 2022, mas eles caíram drasticamente no final do ano, pois a Europa se beneficiou de um inverno ameno e mais gás foi importado dos EUA e do Oriente Médio.
bl (AFP, Reuters)