A queda, em espiral, de um avião em Vinhedo, no interior de São Paulo, sugere a ocorrência de um fenômeno conhecido como estol, que acontece quando a aeronave perde sustentação.
Em entrevista ao Band.com.br, o especialista em aeronaves, James Waterhouse, afirmou que eventuais problemas de fluxo aerodinâmico nas asas do avião podem resultar no estol, condição responsável por fazer com que a aeronave perca força.
“O estol acontece quando o fluxo de ar, que passa pelas asas, descola da parte de cima e perde a sustentação que o mantém voando, por isso começa a cair. Se isso acontecer de um lado, uma asa antes do que a outra, uma delas cai primeiro e ele começa a girar”, disse.
O especialista comentou o momento da queda do avião ATR-72. Os moradores da região de Vinhedo registraram o momento em que a aeronave entra em ‘parafuso chato’, que tem o estol como principal causa. A condição é subsequente ao parafuso ‘normal’ que, de acordo com James, resulta na perda de altitude.
“Para chegar no parafuso normal, tem que ter tido esse problema de estol, que pode ser causado pela inobservância da velocidade mínima”, disse.
No entanto, James afirma que todos os aviões possuem um alarme que sinaliza a formação de estol e reforça que as etapas de segurança podem não ter funcionado pela formação de gelo na aeronave.
“Os aviões têm um alarme de estol e um mecanismo que treme o manche do avião e leva esse sistema à frente para ganhar velocidade. Pode ser que não tenha funcionado por conta de uma condição de gelo muito severa. Assim, o estol pode ter acontecido de uma forma muito mais abrupta, anulando os mecanismos de proteção”, explicou.
Por fim, o Waterhouse explicou o motivo pelo qual a formação de gelo é uma das hipóteses pela queda do avião, “sem a formação de gelo, o piloto deixar a velocidade do avião cair a ponto de estolar seria uma coisa rara”.