O Kremlin afirmou nesta semana que toda ajuda militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) à Ucrânia pode levar o mundo mais para perto de uma terceira guerra mundial.
A relação entre o presidente e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky com a aliança não é das melhores, uma vez que ele esperava um convite mais claro de que a Ucrânia poderia entrar na organização. Mas, afinal, estamos perto da terceira guerra mundial?
Em entrevista ao band.com.br, o professor de relações internacionais da ESPM, Leonardo Trevisan, afirmou que o conflito mundial seria iniciado se os russos atacassem a Ucrânia com armas nucleares.
"A terceira guerra mundial está definida, será no caso de a Rússia usar qualquer tipo de armamento nuclear na guerra com a Ucrânia, porque haveria uma resposta 'avassaladora' dos Estados Unidos contra a Rússia", afirmou.
No entanto, Trevisan diz que o aviso feito pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi o suficiente para que Putin parasse de ameaçar a Ucrânia com armas nucleares.
"Se nós temos dois lados com tamanha capacidade de destruição, de uma guerra nuclear, podemos estar próximos de uma guerra nuclear. Não é o que parece. O aviso de Biden foi suficientemente claro, assimilado por Putin, que parou de falar em uso de armas táticas nucleares", afirmou.
Brasil se envolveria em um novo conflito mundial?
O professor Trevisan falou do Brasil, em caso de uma nova guerra. Para o especialista, nossas forças armadas também participariam.
Os possíveis sucessores de Putin
Na análise Valdir Bezerra, mestre em relações internacionais pela Universidade Estatal de San Petesburgo, caso Vladimir Putin fosse tirado do poder por uma eventual ameaça de terceira guerra mundial, há três nomes específicos para assumir o cargo.
“O problema de você ter um governante que passa muitos anos no poder, como é o caso do Vladimir Putin, é justamente a preparação de um sucessor. A gente não percebe, aqui dentro da Rússia, qual poderia ser essa pessoa que seguiria com o comando do país, mas eu arriscaria a levantar aqui pelo menos três nomes: ministro das relações exteriores, Sergey Lavrov; o prefeito de moscou, Sergey Sobyanin; e o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin”, disse.
O pesquisador lançou recentemente o livro Um Elo com o Passado: a Rússia de Putin e o Espaço Pós-Soviético (Editora Appris), no qual discute os processos que levaram a Rússia dos anos 2000 a retomar alguns traços de seu período imperial e soviético em sua política doméstica e externa.