O presidente Jair Bolsonaro defendeu na manhã desta quarta-feira (5) que a CPI da pandemia convoque médicos que defendam o uso de remédios sem eficácia comprovada e chamou de canalha as pessoas que criticam o chamado tratamento precoce.
"O que eu tomei todo mundo sabe, e ouso dizer que milhões fizeram esse tratamento. Espero que a experiência de Manaus com doses cavalares de hidroxicloroquina seja completamente desnudada pelos senadores", afirmou Bolsonaro em discurso.
Um dos eixos da CPI é justamente investigar a recomendação e o uso do dinheiro público para fabricar e distribuir os medicamentos sem eficácia. A comissão já ouviu os ex-ministros e médicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich e os dois se mostraram contrários ao uso do medicamento.
Espero que a experiência de Manaus com doses cavalares de hidroxicloroquina seja completamente desnudada pelos senadores
Teich disse que a insistência de Bolsonaro na recomendação da hidroxicloroquina foi um dos motivos que fizeram com que ele deixasse o cargo.
Mandetta fez uma denúncia. Ele contou que o presidente tem um assessoramento paralelo, que inclui o filho Carlos Bolsonaro e defensores de remédios sem comprovação científica de uso contra a Covid-19.
O ex-ministro Eduardo Pazuello, que teve depoimento adiado depois de entrar em contato com pessoas diagnosticadas com a Covid-19, foi processado por improbidade administrativa. Entre os motivos da ação, está a pressão por uso de remédios sem eficácia comprovada.