Um relatório elaborado por especialistas ouvidos pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro aponta que para ter um Carnaval considerado seguro, a cidade precisa ter 80% da população completamente vacinada contra a covid-19. O documento, recebido pela Comissão Especial de Carnaval, já foi enviado para a Secretaria Municipal de Saúde.
No ofício são apresentados alguns indicadores para que as festividades ocorram. Entre eles, além do esquema vacinal, também são mencionados números em relação a oferta de atendimento, assistência e testagem. De acordo com o relatório, a porcentagem de diagnósticos positivos para a covid-19 no município deve estar abaixo de 5% em um período de sete dias.
É citado ainda que a taxa de contágio da cidade, que determina o potencial de propagação do vírus, deve estar abaixo do nível 1. Outro tópico aborda a garantia de segurança sanitária entre profissionais que trabalham no Carnaval.
Para o pesquisador da Fiocruz Hermano Castro, responsável pelo ofício, é inviável que as festas aconteçam com distanciamento, mas é necessário analisar a situação em relação ao cenário da pandemia. Ele destacou que além de questões como a exigência do chamado passaporte de vacinação, o controle de fronteiras também deve ser levado em consideração para um Carnaval seguro.
Hermano assina o documento ao lado do epidemiologista Roberto Medronho, da UFRJ. O presidente da Comissão Especial de Carnaval da Câmara, o vereador Tarcísio Motta, afirma que o relatório pode servir de inspiração para outros carnavais.
De acordo com o secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, a maioria dos parâmetros colocados no documento já foi alcançada pela cidade em setembro, restando apenas atingir a cobertura vacinal em 80%, o que, segundo ele, deve ocorrer em novembro.