Antes mesmo de ser testada e aprovada, a vacina contra o coronavírus já se tornou motivo de muitas discussões. No Canal Livre deste domingo (25), exibido pela Band a meia noite, o médico sanitarista Gonzalo Vecina e o infectologista Jamal Suleiman vão discutir as polêmicas que envolvem o tema e falar dos avanços na criação do remédio. A entrevista será comandada por Rodolfo Schneider, Fernando Mitre e Lana Canepa.
Uma das principais dúvidas envolvendo a medicação é sua disponibilidade ainda em 2020 no país. Para o especialista, a oferta não parece promissora. “Não é realista e não começará esse ano. Vai começar, na melhor das hipóteses, em janeiro. Não tem como ser em dezembro. Com sorte, com a vacina chinesa, em janeiro”, pontuou. Para ele, o atraso acontece dado o ritmo de produção e a necessidade de analisar todos os exames da fase de teste.
Nos últimos dias, muitas pessoas colocaram em prova a qualidade da vacina produzida pela China. Questionado sobre a relevância de olhar ou não a nacionalidade do produto, o especialista afirmou que existem outras coisas que devem ser observadas para além disso.
“Qualquer medicamento, quando comprado e colocado para a sociedade, tem que primeiro se mostrar seguro e eficaz. Essas são as duas condições básicas. Depois, vamos analisar a questão do preço. Se for muito caro, o acesso pode ficar prejudicado. Tudo isso deve ser analisado em um ambiente de boas práticas”, orientou.
Confiar na qualidade do medicamento é outra questão que oscila entre os brasileiros. Vecina diz, no entanto, que a Anvisa, responsável pela aprovação do produto, é uma das agências mais respeitadas do mundo e que está fazendo tudo corretamente.
“Quando a Anvisa disser que a vacina é segura e eficaz, ela vai ter analisado tudo cuidadosamente e os documentos vão refletir o que foi feito nas pesquisas ao redor do mundo. Muitas vacinas estão sendo testadas aqui no Brasil porque temos capacidade de fazer isso com excelência. A nossa ciência e técnica é reconhecida.”
Completamente envolvido em questões políticas, o lançamento da medicação pode ainda demorar. Para dar certo, os líderes precisam estar comprometidos. “Vamos esperar que os nossos governantes coloquem a cabeça no lugar e se portem como governantes de um país que espera deles os melhores medicamentos para se ter acesso.”
Mesmo quando a vacina ficar pronta, as autoridades e agências ainda devem ficar atentas ao funcionamento do produto. “Durante o processo de uso, de uma forma ou de outra, todos os pacientes são monitorados. Já fazemos isso no Brasil. Inclusive, nos últimos quatro ou cinco anos, perdemos cobertura vacinal porque o estado está mais devagar e oferecendo menos vacina e divulgação”, finaliza.
Veja o programa na íntegra: