Espanha, Irlanda e Noruega reconhecem o Estado da Palestina

Por Moises Rabinovici

Imagem de arquivo de atos pró-Palestina nos Estados Unidos
REUTERS/David Dee Delgado

Espanha, Irlanda e Noruega reconhecem um Estado Palestino, desfechando um novo e duro golpe contra Israel, na mesma semana em que o Tribunal Penal Internacional recebeu o pedido para expedir mandados de prisão contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa, Yoav Galant, e à liderança do Hamas, por crimes de guerra e contra a humanidade.

Mais de 140 países e o Vaticano já reconheceram a Palestina, mas os três novos, europeus, acrescentam um peso político importante, embora não se possa esperar nenhum impacto imediato para os palestinos, que estão sob ocupação de Israel na Cisjordânia e em Gaza. Muito significativo é o reconhecimento anunciado pela Noruega, que foi o anfitrião das reuniões secretas que levaram aos Acordos de Oslo, em 1993, hoje fracassados.

Israel reagiu chamando para consultas seus embaixadores em Madri, Oslo e Dublin. O chanceler israelense Israel Katz declarou que “a decisão de hoje envia uma mensagem aos palestinos e ao mundo: o terrorismo compensa”. E alertou para “consequências graves”, que não revelou quais seriam. Para o Hamas, em Gaza, foi “um passo importante no caminho da afirmação do nosso direito à nossa terra”. E na Cisjordânia, a liderança da Autoridade Palestina, pela voz de Ziad Abu Amr, saudou o triplo reconhecimento: “Acreditamos que isto ajudará a preservar a solução dos dois Estados e dará aos palestinos a esperança de que terão o seu próprio Estado lado a lado com Israel, em paz e segurança”.

Os Estados Unidos não reconheceram ainda a Palestina, mas está pressionando Israel a aceitar a solução de dois Estados, o que lhe traria a normalização com a Arábia Saudita. O primeiro-ministro Netanyahu é contra — e, se mudar de ideia, sob pressão internacional, perde os aliados de extrema-direita de sua coligação, e cai.

Do primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Store: “Os palestinos têm um direito fundamental a um Estado Independente”.

Do primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez: “A solução de dois Estados está em perigo... É tempo de passar das palavras à ação, de dizer a milhões de palestinos inocentes que sofrem que estamos com eles, e que há esperança”.

Do primeiro-ministro irlandês Simon Harris, em uma entrevista à imprensa: “Estou confiante de que outros países devem se juntar a nós no reconhecimento do Estado palestino nas próximas semanas.” Ele acrescentou: “A nossa própria história nos diz o que significa: o reconhecimento é um ato de grande valor político e simbólico”.

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