Ernesto Araújo diz ser "vítima de narrativa falsa" em carta de demissão

Ex-chanceler publicou nas redes sociais conteúdo do texto entregue ao presidente Jair Bolsonaro

Da Redação, com BandNews TV

Ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em coletiva de imprensa
Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O ex-chanceler Ernesto Araújo se manifestou na noite desta segunda-feira (29), em carta de demissão, após deixar o Ministério das Relações Exteriores.  

Ele se queixa de ser “vítima de narrativa falsa e hipócrita a serviço de interesses nacionais e estrangeiros”. 

Ex-chanceler publicou nas redes sociais conteúdo do texto entregue ao presidente Jair Bolsonaro. Veja na íntegra: 

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Histórico de polêmicas no Itamaraty 

Ernesto Araújo causou polêmica já na cerimônia de posse, com um discurso nacionalista, marcado pelo ataque ao "globalismo", com trechos em latim, grego e tupi e repleto de citações inusitadas. 

Em março de 2019, na primeira reunião bilateral de Jair Bolsonaro com o então presidente dos Estados Unidos Donald Trump, Ernesto Araújo não compareceu. 

Um mês depois, o ex-ministro defendeu a ideia de que a pandemia do coronavírus seria parte de um "projeto globalista" e um "novo caminho do comunismo". Ele também estremeceu as relações com o principal parceiro comercial do Brasil, ao defender o deputado Eduardo Bolsonaro, que fez ataques à China insinuando que o vírus havia surgido no país. 

Divergências políticas com o gigante asiático, e ainda com a Índia, causaram atrasos na entrega de insumos para a produção de vacinas contra a covid-19 no Instituto Butantan e na Fiocruz. 

Na véspera da eleição presidencial dos Estados Unidos, Ernesto Araújo coordenou uma visita do então secretário norte-americano, Mike Pompeo, a Roraima. Convocado para comentar sobre o tema no Congresso, ele chamou Nicolas Maduro de facínora e garantiu que o evento não foi feito em apoio a Donald Trump. 

Depois, após o resultado da eleição nos Estados Unidos, o Brasil foi um dos últimos países a reconhecer a vitória de Joe Biden. Uma aproximação concreta com o novo presidente só ocorreu após a posse oficial, mais de 2 meses depois. 

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