A deputada federal Erika Hilton (Psol) enviou um ofício para a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil para que o governo americano suspenda dos vistos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), da ex-primeira-dama Michelle e dos assessores envolvidos na investigação sobre fraude em carteiras de vacinação.
A informação foi confirmada pela própria parlamentar em postagem, na manhã desta quinta-feira (4), nas redes sociais. Erika argumenta que, além da suposta falsificação de documentos, Bolsonaro e assessores podem ter “espalhado o coronavírus deliberadamente”.
“Além das mortes pela sua inação e mentiras durante a pandemia, Bolsonaro e assessores podem também ter espalhado o coronavírus deliberadamente, enquanto fingiam estar vacinados”, escreveu a deputada no Twitter.
Entenda
Na última quarta-feira (3), a Polícia Federal foi à casa de Bolsonaro, em Brasília, onde fez buscas, inclusive do aparelho do ex-presidente. Investigações apontam suspeitas de adulteração do cartão vacinal dele e da filha mais nova na tentativa de burlar regras sanitárias brasileiras e americanas.
Após a operação, Bolsonaro falou com jornalistas, ocasião em que negou qualquer adulteração no registro vacinal dele e da filha, além de reforçar que ambos não se imunizaram.
A mesma operação culminou na prisão preventiva de seis aliados bolsonaristas. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, está entre os detidos. A Band Brasília apurou que mensagens encontradas no celular dele sugerem como seria o esquema de adulteração dos registros de vacina.
Fraudes no sistema do Ministério da Saúde
As investigações apontam que as inserções falsas dos dados sobre vacinação no sistema do Ministério da Saúde, entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram como consequência “a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários”.
Além disso, pessoas puderam emitir os certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias impostas pelos poderes públicos do Brasil e dos Estados Unidos. As medidas foram adotadas pelos dois países na tentativa de impedir a disseminação e propagação do coronavírus, causador da covid-19.
Crimes investigados
Os fatos são investigados dentro do inquérito que apura a atuação das “milícias digitais”, em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a PF, os suspeitos podem responder pelos seguintes crimes:
- infração de medida sanitária preventiva;
- associação criminosa;
- inserção de dados falsos em sistemas de informação; e
- corrupção de menores.