O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, defendeu a candidatura do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) à presidência da República em 2022. A decisão da sigla só deve se tornar oficial em março.
Em entrevista nesta sexta-feira (14) à Rádio Bandeirantes, Kassab defendeu uma candidatura própria do partido. Segundo o ex-prefeito de São Paulo, o presidente do Senado foi o nome escolhido e tem tempo suficiente ao longo do ano para ganhar espaço nas pesquisas.
“Em pouco tempo, todo o Brasil conhecerá todos os candidatos. Nossa preocupação é só a organização interna do partido e apresentar uma proposta para o país. Você não está vendo o PSD fazer leilão, buscar cargos em ministérios para apoiar presidente”, disse.
“Rodrigo Pacheco é, sim, o candidato escolhido (pelo PSD), foi convidado a ocupar esse espaço. Agora, diante dessa manifestação do partido, estamos fazendo essa avaliação em conjunto, e no mês de março teremos a decisão. Eu tenho uma forte expectativa de que ele saia, sim, como nosso candidato à presidência da República.”
Até aqui, Pacheco aparece atrás de outros pré-candidatos em diversas pesquisas de intenções de votos. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) aparecem na primeira e na segunda posições, respectivamente. No entanto, para Kassab, os próximos meses são importantes para outras candidaturas.
“As pesquisas expressam momento, é sempre assim. Se você entender que a pesquisa define eleição, não precisa ter eleição. Faltam oito meses”, afirmou, indo além.
“Lula e Bolsonaro têm recall. Lula foi oito anos presidente da República, foi quatro vezes candidato. Bolsonaro é o atual presidente. É natural que as pessoas lembrem em primeiro lugar dos nomes dos dois. Mas não acredito que os índices continuarão nesse patamar. Acredito que vai mudar, muitos candidatos crescerão. Não acredito em candidaturas novas. Acho que as que estão colocadas vão ficar”, completou.
Kassab descreveu o PSD como um partido “de centro” e defendeu investimento forte do Estado em áreas como saúde e educação. De quebra, ainda fez duras críticas ao governo Bolsonaro, em especial diante da gestão das contas públicas.
“O teto de gastos desse governo foi para o espaço. E tão ou mais importante que o teto de gastos é as pessoas apresentarem suas propostas para melhorarem as contas públicas”, disse.
“De nada adianta ter propostas para investir nas pessoas se você não consegue investir nas contas públicas. O teto de gastos foi uma medida rigorosa para que a gente pudesse ter uma melhoria nas contas públicas. Mas este governo já chutou o balde desde o início. Não é por conta da pandemia (da Covid-19), não. Ainda agora o governo abriu mão mais uma vez do teto de gastos para fazer emendas parlamentares, de cunho eleitoreiro. Não tenho dúvida de que não tem vinculação com o planejamento do país”, emendou.