Entrada do Irã na guerra é considerada “iminente” pelos Estados Unidos

As principais companhias aéreas cancelaram seus voos para Beirute, Telavive e Teerã. Vários países apelaram para que seus cidadãos deixem a região imediatamente

Por Moises Rabinovici

Militares em instalações nucleares de Isfahan, no Irã
REUTERS

Os israelenses estocam comida e água para a ampliação com o Irã da guerra de dez meses com o Hamas e o Hezbollah, considerada “iminente” pelos Estados Unidos, nesta segunda-feira.

No comando da Força Aérea, o ministro da Defesa, Yoav Galant, antecipou que Israel passará da defesa para a ofensiva, depois de atacado. O presidente Joe Biden convocou uma reunião de sua equipe de Segurança Nacional para examinar os desdobramentos no Oriente Médio.

O secretário de Estado Antony Blinken avisou aos países do G7 que o Irã deve atacar entre 24 e 48 horas. As principais companhias aéreas cancelaram seus voos para Beirute, Telavive e Teerã. Vários países apelaram para que seus cidadãos deixem a região imediatamente.

O general Michael Kurilla, do Comando Central dos EUA (CENTCOM), é esperado nesta segunda-feira em Israel para coordenar a defesa antimíssil e antidrone iranianos, como em abril passado. 

Ao mesmo tempo, há um esforço internacional para desescalar a tensão e evitar uma guerra regional. Mas o líder iraniano, aiatolá Khamenei, não arredou o pé: quer vingança pelos assassinatos do chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, na quarta-feira passada, e do comandante do Hezbollah em Beirute, Fuad Shukr, na terça-feira.

O fim de semana foi de rotina da guerra: um atentado terrorista matou duas pessoas em Holon, subúrbio de Telavive, e mísseis foram disparados do Sul do Líbano e de Gaza contra Israel. Em Beirute, o Hezbollah transferiu seu arsenal para fora de Beirute.

O presidente Biden, ressentido por não ter sido avisado pelo primeiro-ministro Netanyahu dos planos de assassinar Haniyeh, o negociador do Hamas para um cessar-fogo e libertação de reféns, está, mesmo assim, dando todo o apoio à defesa de Israel. 

Mas, ao telefone, protestou com Netanyahu, que é francamente a favor do republicano Donald Trump: “Deixe de me enganar”. Para a eleição de Kamala Harris seria muito importante obter um acordo de cessar fogo em Gaza. As negociações continuam, agora na Itália.

O jornal israelense Haaretz desta segunda-feira descreve o que considera “o dilema do Irã”: “como atacar Israel sem cometer um suicídio”. Isso porque as forças israelenses têm planos de atacar pontos vitais iranianos.

Com o assassinato de Haniyeh no coração de Teerã e o ataque ao porto de Hodeida, no Iêmen, Israel demonstrou que seus aviões vão além das distâncias limites previstas e que seus espiões agem sem problemas inclusive dentro de fortalezas da Guarda Revolucionária iraniana.

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