Entidades do setor hoteleiro do estado de SP pedem medidas emergenciais para conter crise econômica

A justificativa é que toda a reserva financeira já foi destinada para contornar os prejuízos do ano passado e investir em protocolos de segurança

Da Redação, com Rádio Bandeirantes

Entidades do setor hoteleiro do estado de SP pedem medidas emergenciais para conter crise econômica
Francesca Saraco/Unsplash

Sete entidades do setor de Hospedagem pedem medidas emergenciais ao governo de São Paulo para conter a crise econômica causada pela pandemia. As informações são do repórter Guilherme Oliveira, da Rádio Bandeirantes.

A justificativa é que toda a reserva financeira já foi destinada para contornar os prejuízos do ano passado e investir em protocolos de segurança.

Um ofício, considerado essencial para o futuro da categoria, já foi enviado à Secretaria Estadual do Turismo.

Ricardo Andres Roman Junior, presidente da Associação da Indústria de Hotéis de São Paulo, destacou as principais demandas do setor. “Não cortar a luz, a água e o gás pelos próximos seis meses e uma gestão do Estado junto as prefeituras para que nós tenhamos isenção de IPTU em 2022 e que seja feito um refis dos anos de 2020 e 2021”. 

O setor pede ainda o parcelamento em 24 vezes do pagamento das contas de água, gás e luz durante este período. 

A hotelaria trabalha com 3 frentes: O turismo de lazer, de negócios e o de eventos. Os dois últimos afetam mais os hóteis de alto padrão no estado, entre eles, o Sheraton São Paulo WTC, que fica na zona sul aqui da capital paulista.

Com 297 apartamentos, o hotel não consegue trabalhar no azul por causa da baixa procura, segundo Fernando Guinato Filho, gerente-geral do Sheraton. “Dependendo da categoria do hotel para ele fechar a conta ele tem que ter uma ocupação entre 45 e 50%. Se estamos dizendo que essa ocupação caiu para uma faixa de 10 a 15% todos trabalharam no vermelho. Isso significa que os hotéis se descapitalizaram”. 

Por causa desta descapitalização, o Sheraton precisou demitir 45% dos funcionários, o que representa 72 pessoas. 

Já o turismo de lazer afeta diretamente os pequenos e médios estabelecimentos. Caso da Pousada Toca da Praia, em Maresias, litoral norte de São Paulo.

Com 21 quartos e 17 funcionários, a empresária Niuara Helena Leal precisou recorrer a reserva financeira para manter o estabelecimento ativo

“Toda economia que nós fizemos nos últimos 10 anos da pousada, nós tivemos que usar toda a reserva que tínhamos emergencial. Ela foi usada por completo porque nós chegamos a precisar ficar quase 5 meses fechados. Não tivemos nenhuma demissão de funcionário, mas realmente a hotelaria de pequeno e médio porte tem sofrido muito”, disse Niuara. 

Como o setor hoteleiro não trabalha com produtos concretos, todo o dinheiro perdido não é possível ser recuperado, explica Ricardo Andres Roman Junior. “Nós não temos estoque. O nosso estoque é de hoje para amanhã. Se não vendeu perdeu, ou seja, o ano de 2020 o prejuízo que nós tivemos já foi. Não temos como recuperá-lo”. 

O Estado de São Paulo tem cerca de 3 mil estabelecimentos de Hospedagem e, por causa da crise financeira, 30 já fecharam. A expectativa é de que o setor tenha faturamento próximo à normalidade a partir de 2023.

Em nota, a Secretaria Estadual do Turismo diz que recebeu as demandas dos meios de hospedagem e que possíveis medidas para ajudar o setor estão em estudo. 

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