Entenda se restaurantes podem proibir clientes de usarem computador na mesa

Discussão surgiu depois que dono de padaria em Barueri, na Grande São Paulo, expulsou empresário por fazer reunião por videochamada no espaço

Da redação

Entenda se restaurantes podem proibir clientes de usarem computador na mesa
Dono de padaria em Barueri (SP) ameaça cliente por usar notebook na mesa
Reprodução

O dono de uma padaria em Barueri (SP), Silvio Mazza Fiori, ameaçou o empresário Allan Barros com um pedaço de madeira após o cliente ter usado o notebook para fazer reunião no estabelecimento.

O caso ocorreu no final de janeiro, mas as imagens ganharam repercussão no último domingo (4). E uma discussão veio à tona: afinal, restaurantes e lanchonetes podem impedir os consumidores de fazerem chamadas de vídeo no local? 

Segundo o Procon, os estabelecimentos podem proibir o uso, contanto que avisem. “O fornecedor pode estabelecer regras permitindo ou não que clientes usem equipamentos […] no local. Desde que informe as possibilidades e restrições antes que o consumidor ocupe lugares ou faça seus pedidos”, aponta o órgão.

Já o diretor executivo da Federação de Hotéis, Bares, Restaurantes do Estado de São Paulo (Fhoresp), Edson Pinto, afirmou que existe justificativa jurídica tanto para que os estabelecimentos possam restringir o uso de eletrônicos nos espaços quanto para que não possam.

"Como se trata de um estabelecimento comercial, ele pode sim pôr certas restrições, desde que esteja ostensivamente visível. O que não se pode, de forma alguma, é constranger o cliente", explicou em entrevista à Rádio Bandeirantes.

Edson avaliou que a melhor forma de resolver episódios em que o cliente exceda demais o tempo no local em reuniões longas é pelo diálogo. 

"Acho que proibir equipamento eletrônico, embora seja possível, é absolutamente desnecessário. Nós já incorporamos a tecnologia. Às vezes, você abre o notebook, não para reunião, mas para ler um livro, por exemplo" (assista à entrevista completa abaixo).

Caso em Barueri

  • O empresário Allan Barros usava o computador quando o dono, Silvio Mazza Fiori, chegou dizendo que era proibido.
  • Fiori apontou uma placa que dizia que era norma do local.
  • O cliente, que estava com os amigos, começou a filmar a reação do dono, que o chamou para resolver a situação do lado de fora.
  • Quando saiu da padaria, Allan foi perseguido e ameaçado pelo dono do local com um pedaço de madeira.
  • Pelas redes sociais, Allan Barros disse que recebeu vários relatos de pessoas que passaram por situações semelhantes.
  • O dono da padaria não se pronunciou.
  • A Polícia Civil investiga o caso como crime de ameaça.

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