O aplicativo de mensagens Telegram está fora do ar no Brasil desde quarta-feira (26) e não há previsão de retorno da operação. A suspensão ocorreu após determinação da Justiça e volta do serviço depende da entrega das informações solicitadas à empresa pela Polícia Federal. Saiba mais no vídeo acima.
- Telegram foi suspenso após não entregar dados para a Polícia Federal sobre grupos neonazistas presentes no aplicativo.
- O pedido fazia parte da investigação do ataque que deixou quatro mortos em uma escola em Aracruz, no Espírito Santo, em novembro de 2022.
- Pavel Durov, cofundador do Telegram, afirmou na quinta-feira (27) que os dados solicitados pela PF são "impossíveis de coletar".
- A plataforma deve pagar multa diária de R$100 mil a R$1 milhão até que as informações sejam entregues.
- A volta do funcionamento do aplicativo depende da entrega à Justiça dos dados que faltam.
Por que o Telegram está suspenso?
O caso que levou à suspensão do aplicativo ocorreu em novembro do ano passado, após um adolescente matar quatro pessoas em uma escola em Aracruz.
Após investigações, a PF encontrou dois grupos extremistas neonazistas com tutoriais de assassinatos e explosivos na conta de Telegram do jovem.
O órgão solicitou que a plataforma entregasse informações sobre os integrantes e administradores desses grupos, que promovem antissemitismo.
Em 21 de abril, o Telegram chegou a entregar informações à Polícia Federal sobre o administrador de um dos grupos, mas os agentes avaliaram que o conteúdo foi insuficiente.
A Justiça Federal intimou que as operadoras Vivo, Claro, Tim e Oi suspendessem o funcionamento do aplicativo. Também determinou que a Apple e o Google retirassem a plataforma das lojas virtuais. O serviço parou de funcionar em 27 de abril.
No mesmo dia, o cofundador do Telegram Pavel Durov informou que a empresa vai recorrer da decisão. O comunicado foi divulgado no seu canal no aplicativo.
No Brasil, um tribunal solicitou dados que são tecnologicamente impossíveis de obter. Estamos recorrendo da decisão e aguardando a resolução final. Não importa o custo, defenderemos nossos usuários no Brasil e seu direito à comunicação privada, afirmou Durov.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, comentou a falta de cumprimento da decisão judicial pelo Telegram na quarta-feira (26). "Há agrupamentos denominados Frentes Antissemitas ou Movimentos Antissemitas atuando nessas redes e nós sabemos que isso está na base da violência contra nossas crianças e nossos adolescentes", afirmou.
No dia 5 de abril, após ataque a creche de Blumenau (SC) em que quatro crianças morreram, o governo federal iniciou a Operação Escola Segura, para monitorar ameaças de agressão na internet.
O Ministério da Justiça informou, em 13 de abril, que mais de 300 pessoas foram presas ou apreendidas pela operação e que 1.738 casos estão sob investigação.