Entenda os motivos da desistência de Joe Biden nos EUA em quatro pontos

Idade avançada e saúde estão entre os fatores que ajudam a explicar a pressão pela desistência de Joe Biden

Por Édrian Santos

Entenda os motivos da desistência de Joe Biden nos EUA em quatro pontos
Entenda a desistência de Biden nos EUA em quatro pontos
Reuters/Evelyn Hockstein

A desistência do presidente Joe Biden das eleições americanas remonta de semanas, inclusive com pressão dos próprios aliados contra o então candidato à reeleição. Nesse período, uma série de fatores influenciaram a decisão do chefe da Casa Branca, anunciada neste domingo (21), que pode causar uma reviravolta nas campanhas democrata e republicana.

Diante da idade avançada, a capacidade de Biden de governar, num eventual novo mandato, foi questionada. Com isso, a saúde física e mental dele se tornaram munições para a campanha de Donald Trump, principalmente o desempenho ruim que teve no primeiro debate eleitoral.

“Biden já vinha demonstrando que não tinha condições de enfrentar mais um período eleitoral. Nos Estados Unidos, o presidente não basta ser uma pessoa competente. Além disso, ele precisa ter disposição e ter capacidade de fazer relações internacionais”, comentou Daniel Toledo, especialista em direito internacional.

Cinco causas da desistência

À Band, Toledo destacou algumas causas que podem ter sido fundamentais para a desistência de Biden. Além da idade avançada e saúde, a falta de apoio do partido entra na lista da pressão pelo encerramento da campanha de reeleição. Veja cinco possíveis motivos abaixo!

1. pressão do partido em razão da idade avançada e saúde

Com 81 anos, a idade e saúde de Biden torna um fator preocupante na disputa eleitoral. Aliados, inclusive parlamentares, veem nisso um problema, principalmente durante os debates, entrevistas e eventos públicos de campanha.

Três anos mais novo, Trump usa a questão etária para atacar o rival democrata. Semana passada, Biden se afastou da campanha e das funções presidenciais após ser diagnosticado com covid-19.

2. mau desempenho no primeiro debate

No primeiro debate eleitoral, o desempenho de Biden foi visto como ruim até mesmo entre os membros do Partido Democrata. Um dia depois, o próprio candidato reconheceu que não “debate mais como antes” ao citar a idade. Veículos de imprensa chegaram a publicar editorais pela desistência.

3. pesquisas

O especialista consultado pela Band também destacou pesquisas desfavoráveis a Biden, de maneira que o republicano tem mais possibilidade de crescimento do que o democrata, apesar de alguns números indicarem empate técnico. 

Números das pesquisas mostram empate técnico com Trump, com possibilidade de Trump crescer se Biden continuar se mostrando senil (Daniel Toledo, especialista em direito internacional)

A pesquisa CBS News/YouGov, divulgada na última quinta-feira (18), realizada após o atentado a Trump, mostra o ex-presidente com 52% das intenções de voto contra 47% de Biden. 

4. congelamento de doações

Doadores de campanha também não estavam felizes com a candidatura de Biden. Muitos deles congelaram repasses, cuja soma chegou a 90 milhões de dólares, equivalente à cerca de R$ 500 milhões. A liberação da verba só retornaria com a desistência do democrata. 

Kamala substituirá Biden?

O nome para ficar na vaga democrata ainda não foi definido. A principal cotada é a vice-presidente Kamala Harris, homenageada por Biden, em publicação nas redes sociais, após o anúncio da desistência. O presidente quer que ela concorra à Casa Branca.

Hoje quero oferecer todo o meu apoio e endosso para que Kamala seja a indicada do nosso partido este ano. Democratas, é hora de nos unirmos e derrotarmos Trump (Joe Biden em postagem no X)

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