Vários estudos associam o alto consumo de alimentos ultraprocessados à maior incidência de doenças crônicas — hipertensão, colesterol alto e obesidade entre elas. Semanas atrás, foi publicado no periódico American Journal of Clinical Nutrition estudo da Universidade de Navarra (Espanha) que relaciona o consumo desse tipo de alimentos ao envelhecimento das células.
Mas, afinal, o que são alimentos ultraprocessados?
São formulações industriais feitas, em geral, com pouco ou nenhum alimento inteiro. Esses produtos passam por diversas etapas de processamento e costumam ter excesso de gordura, açúcar, sal e aditivos: ingredientes de uso exclusivamente industrial, como conservantes, espessantes, emulsificantes, corantes, aromatizantes, flavorizantes (aditivo para dar sabor), gordura vegetal hidrogenada e xarope de frutose. Esses produtos parecem comida, mas estão longe de ter valor nutritivo. Fazem parte dessa lista: refrigerante, doces, biscoitos, salgadinhos de pacote, sorvete, sopa e macarrão instantâneos, sucos e pó, refrescos e nuggets, entre outros.
O Guia Alimentar da População Brasileira, publicado pelo Ministério da Saúde em 2014 para orientar a população a ter uma alimentação saudável e equilibrada, recomenda que a base do cardápio seja formada por alimentos frescos e minimamente processados. Veja a seguir.
O guia divide os alimentos em quatro categorias, definidas de acordo com o tipo de processamento empregado na sua produção.
1 – Alimentos in natura ou minimamente processados. Alimentos in natura são aqueles obtidos diretamente de plantas ou de animais (como frutas, legumes, ovos e leite) e adquiridos para consumo sem que tenham sofrido qualquer alteração após deixarem a natureza.
Alimentos minimamente processados são alimentos in natura que foram submetidos a alterações mínimas. Exemplos incluem grãos secos, polidos e empacotados (arroz, feijão) ou moídos na forma de farinhas, cortes de carne resfriados ou congelados e leite pasteurizado.
2 – Ingredientes culinários processados (como óleo, manteiga, açúcar e sal), usados no preparo de alimentos. Devem ser consumidos com moderação.
3 – Processados. Fabricados com poucos ingredientes (sal e açúcar, por exemplo) e incluem métodos de preservação, como conserva ou fermentação, em geral para aumentar a durabilidade. Exemplo: legumes em conserva, frutas em calda, peixes em lata, queijos e pães. O guia sugere consumir em pequenas quantidades, como ingredientes de preparações culinárias ou como parte de refeições baseadas em alimentos in natura ou minimamente processados.
4 – Ultraprocessados. Devem ser evitados.
Confira o Guia Alimentar da População Brasileira